quinta-feira , 25 abril 2024
Goiás

Pizza: Mauro e Daniel Vilela autorizam Assembleia a queimar documentos da CPI

Reportagem publicada no jornal Opção:

Texto de Thiago Burigato

Foram encerrados na manhã desta terça-feira (5/3) os trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigava o suposto envolvimento de autoridades goianas com o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e o crime organizado. Durante a reunião, no auditório Solon Amaral, ficou decidido que o material sigiloso do inquérito será destruído, já que a Assembleia não teria um local apropriado para armazená-los.

A audiência de hoje foi marcada por intenso bate-boca entre os deputados Túlio Isac (PSDB), Helio de Sousa (DEM), Mauro Rubem (PT), Talles Barreto (PTB) e Daniel Vilela (PMDB). Mauro Rubem disse que o principal beneficiado pela suposta formação de uma quadrilha de contraventores em Goiás seria o governador Marconi Perillo, e que o material coletado para a CPI era prova mais que suficiente de seu envolvimento.

Em resposta ao petista, Túlio Isac citou diversos escândalos de nível nacional em que estavam envolvidos os nomes de diversos membros do PT. Ele disse que Mauro Rubem e demais membros do partido “não têm moral” para falar do governador. Para ele, a única intenção da CPI é denegrir a imagem de Marconi e assegurar a vitória em 2014 fora do campo das propostas. “Eles não estão procurando resolver ou colocar em pratos limpos o Estado de Goiás ou essa CPI. Continua a perseguição ao governador Marconi Perillo. Continua a tentativa de enfraquecer o governador Marconi Perillo. Eles têm esse objetivo”, disse.

O relator da CPI, Talles Barreto, falou sobre as dificuldades das investigações e disse que a CPI chega ao final sem cumprir suas expectativas. “Acho que estamos encerrando essa CPI sem alcançar, até pelas dificuldades que nós tivemos, os objetivos [pretendidos], mas eu tenho certeza que muitas coisas importantes serão encaminhadas para o Ministério Público”, declarou. Ele também demonstrou convicção na inocência do governador com relação aos crimes pelos quais era investigado. “Eu, relator, tenho a convicção de que o governador não teve e não tem nenhum tipo de ligação com nenhum esquema de jogo.”

Depois das discussões, o voto em separado apresentado pela oposição foi rejeitado por três votos a dois. Túlio Isac, Talles Barreto e Helio de Sousa venceram os votos de Daniel Vilela e Mauro Rubem, que pediam o indiciamento do ex-procurador do Estado, Ronald Bicca, do presidente da Agetop, Jaime Rincon, do atual procurador do Estado, Benedito Torres, ex-assessor do Governador, Lúcio Fiuza, o ex-prefeito de Águas Lindas, Geraldo Messias Queiroz e do secretário estadual da Educação, Thiago Peixoto.

Em seguida, foi colocada em votação o voto em separado de Túlio Isac, que pedia a manutenção do relatório apresentado por Talles, excluindo tópicos referentes às prefeituras de Catalão e Aparecida de Goiânia, e incluindo a recomendação de que a prefeitura de Goiânia seja investigada.

O documento também pede o indiciamento por corrupção ativa e passiva de delegados, servidores públicos e policiais civis e militares. O substitutivo de Túlio Isac foi aprovado com votos contrários de Daniel e Mauro.

Por fim, os deputados presentes aprovaram a sugestão do presidente da comissão, Helio de Sousa, de que o material sigiloso colhido desde maio do ano passado fosse destruído. Segundo eles, a Assembleia não possui local apropriado para manter os documentos.