quarta-feira , 24 abril 2024
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Santa Cruz diz que dinheiro usado por Iris para comprar fazenda em Mato Grosso não foi roubado, mas…

O artigo do jornalista Carlos Alberto Santa Cruz, no Diário da Manhã, sobre o enriquecimento do ex-prefeito, ex-governador, ex-senador e ex-ministro Iris Rezende, continua repercutindo.

Escrito em linguagem crua, o texto faz revelações inéditas sobre o patrimônio milionário de Iris e conta, a certa altura, como foi comprada a fabulosa fazenda que o velho cacique peemedebista possui no Mato Grosso.

Santa Cruz explica que o dinheiro utilizado para a aquisição da propriedade “não foi roubado do Estado” e relata, dizendo ter sido testemunha ocular, que Iris ficou com as sobras da campanha de 1982 e, com esses recursos, comprou a fazenda.

O PMDB, na época, quis ficar com essas sobras, mas, depois de discussões ácidas entre Iris e o presidente estadual do Partido, o ex-governador Mauro Borges (assistidas por Santa Cruz), os valores teriam sido levados pelo então candidato eleito a governador.

Veja o trecho do artigo do jornalista Carlos Alberto Santa Cruz onde ele conta como Iris Rezende comprou uma fazenda no Mato Grosso:

“O ex-governador Iris Rezende é um homem rico, riquíssimo, dono de tanta terra que o sol faz horizonte em uma de suas fazendas no Mato Grosso. Mas não quer dizer que ela foi adquirida com dinheiro roubado do Estado.

Na eleição de 82, quando ele se elegeu pela primeira vez para o governo de Goiás, sua campanha recebeu tanta doação que ele mesmo chegou a recusar algumas. Mesmo assim, houve muita sobra de dinheiro de campanha. Mauro Borges era presidente estadual do PMDB e se elegeu senador. E aí surgiu o primeiro desentendimento entre os dois, antes mesmo da diplomação. Mauro achava que a sobra de dinheiro da campanha pertencia ao partido, o PMDB. Mas as doações eram entregues sempre ao candidato e não ao partido.

Por isto, Iris entendia que essa sobra de campanha pertencia a ele. De uma vez, na casa de Orlando, irmão de Iris, próxima ao Lago das Rosas, eu assisti a um diálogo ríspido entre os dois, um diálogo ou um monólogo, pois foi Mauro quem disse o diabo para o governador recém-eleito.

Entre a eleição e a diplomação, Iris foi ao Mato Grosso e, com a sobra do dinheiro da campanha, comprou essa fazenda de porteira fechada, tão grande que o sol faz horizonte dentro dela. Esse negócio não foi feito às escondidas, pois na época, todo mundo dentro do comitê da Praça Tamandaré sabia disto, e muitos deles estão aí vivos. Eu conheço mais duas fazendas de Iris: uma nos arredores de Baliza e outra em Guapó. Ambas por herança de seus pais, que eram muito ricos e deixaram bens ponderáveis. Tão simples, no começo de sua carreira política, Iris sempre passou por pobre, mas nunca foi.”