quinta-feira , 25 abril 2024
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Jornal Opção: oposição não admite, mas Marconi é o principal beneficiado da Serpes

Publicada no Jornal Opção, análise de Cezar Santos indica que o governador Marconi Perillo é o principal beneficiado da pesquisa Serpes/O Popular.

Segundo ele, o eleitor já começa a perceber o político e o gestor na mesma pessoa.

Cezar diz ainda que a oposição não admite, mas “o tucano está forte no jogo da sucessão estadual, ao contrário do que se pensava até pouco tempo atrás”.

Veja análise completa:

Os números foram bons para quem?

Oposição pode não admitir, mas o principal beneficiado foi o governador Marconi Perillo, porque o eleitor já começa a perceber o político e o gestor na mesma pessoa

Cezar Santos

A pesquisa Serpes/O Po­pu­lar foi o tema político da semana que passou. Para todos os envolvidos, os números servem para sentir tendências e se reposicionar com vistas à sucessão em 2014. A pergunta mais imediata que os analistas se fizeram foi sobre quem ganhou e quem perdeu, como se coubesse esse tipo de avaliação neste momento.

Os opositores do governo podem questionar a afirmação no olho dessa reportagem: “o principal beneficiado foi Marconi Perillo”. Mas a explicação é simples. Os números mostraram que o tucano está forte no jogo da sucessão estadual, ao contrário do que se pensava até pouco tempo atrás, por causa dos reflexos do caso Cachoeira e, principalmente, pela lentidão administrativa de seu governo nos dois primeiros anos.

Até o final de 2012, havia um ar de “governo Alcides 2”, um paradão, uma administração en­gessada na terceira gestão tucana. Mas bastou que as obras começassem a sair do papel, principalmente no caso das rodovias, para a população ter uma percepção nítida de que o Estado tem um governo que voltou a marcar pelo dinamismo. Os números Serpes detectaram um pouco disso.

Não é por acaso que a oposição reforçou sua crença de que Marconi é sim o candidato da base aliada. Dessa forma, as baterias se voltam contra ele. Por isso mesmo, o próprio governador tratou imediatamente de dizer que não está preocupado com a reeleição.

Na terça-feira, 16, quando o jornal “O Popular” ainda dava suítes sobre a pesquisa, Marconi disse achar improvável concorrer à reeleição. Falou que está despreocupado com a disputa de 2014 e “feliz com o governo que finalmente decolou para valer”.

O tucano classificou o debate sucessório como “extremamente antecipado” e disse que se sente satisfeito por liderar a pesquisa divulgada no domingo passado: “É claro que estou satisfeito por liderar uma pesquisa espontânea, depois de tudo o que passei, com quase 30% das intenções. Mas isso não me envaidece. Apenas me dá mais vontade de continuar trabalhando.”

E o que se pode depreender da afirmação do tucano de que está interessado em concluir “a uma velocidade de 150 km/h o governo que está andando a 80 km/h?” A analogia curiosa explicita que o governo está em boa velocidade, mas não na velocidade que ele quer. Ou seja, Marconi vai acelerar mais até o final.

http://www.jornalopcao.com.br/arquivos/images/1985/pesq2.jpgAo dizer que não tem ansiedade ou preocupação em se lançar como candidato à reeleição, o tucano afirmou que o momento em que sua candidatura poderá ser discutida está distante, e classificou-a como algo “quase im­po­ssível”. A chave para compre­ender bem a realidade do tucano-chefe está nessas duas palavras: quase impossível. O quase está à beira de ser, mas pode não ser. Ou seja, também é quase possível que Marconi seja candidato.

Mas não é interessante que neste momento o inquilino da Casa Verde seja dado como um pré-candidato à reeleição. Isso atrapalharia sua gestão. Então, o melhor é afastar essa especulação por enquanto. Sintomaticamente, dois dias depois, o presidente da Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop), Jayme Rincón, um dos mais próximos auxiliares do governador, reafirma que Marconi pode não ser candidato.

Rincón disse ter certeza absoluta de que se as eleições fossem hoje, Marconi não disputaria. Mas as eleições não são hoje, serão daqui a mais de um ano. Portanto, está aberta a possibilidade. E aqui o leque se abre ao máximo: o governador pode não ser candidato à reeleição, pode ser candidato a outro cargo ou não ser candidato a nada.

Dualidade

A questão é que atualmente coexistem dois Marconis, um ser híbrido. Um é o político, o outro é o gestor. O político Marconi sofreu e ainda sofre os efeitos da crise Cachoeira. Se uma pesquisa abrangesse apenas esse Marconi político, certamente os números não lhe seriam tão interessantes como foram no levantamento Serpes. Os números foram bons porque o leitor já considerou em seu julgamento o outro Marconi, o gestor. E esse está indo muito bem.

http://www.jornalopcao.com.br/arquivos/images/1985/pesq3.jpgE a tendência é que o gestor Marconi melhore ainda mais e muito a partir de agora. As obras estão sendo realizadas. As inaugurações já começaram e logo mais obras vão ser entregues em maior número. Isso trará consequência em visibilidade e agradecimento do cidadão beneficiado. Lembre-se nesse contexto a Rodovia dos Romeiros, uma obra vistosíssima. Não é difícil adivinhar agora a opinião de um morador de Trindade e região sobre o governo/governador.

Então, quando os dois Marconis — o político e o gestor —se juntarem em um só na percepção do eleitor, ou seja, quando e se acontecer de o tucano ultrapassar os 40% de intenção de voto nas pesquisas, será que ele vai resistir ao apelo da base aliada para ser candidato? Lembre o leitor que essa marca de 40% na intenção de voto já é um atestado de aprovação do governo. Portanto, difícil que Marconi resista. Ou quase impossível.

É o nosso candidato

O secretário-chefe da Casa Civil, deputado Vilmar Rocha (PSD), se expressa com cautela sobre Marconi ser ou não candidato. Considera que esse posicionamento do governador foi uma espécie de “freio de arrumação”, para evitar a antecipação do debate e mostrar que está focado na gestão.

http://www.jornalopcao.com.br/arquivos/images/1985/pesq4.jpgOpinião semelhante tem outro auxiliar muito próximo do governador, o secretário Thia­go Peixoto (Educação). “Marconi mostra que está com sua energia voltada para as ações e realizações de governo. E ele está num bom momento, já entregando obras. Não é hora de discussão eleitoral. Se ele vai disputar ou não, a hora de falar disso é no ano que vem”, diz Thiago.

Vilmar Rocha lembra ainda que o momento é de intensa movimentação social e política em Goiás e no Brasil, o que recomenda esperar para ver com mais clareza o cenário e tomar decisão mais à frente. “O momento certo é a partir de fevereiro ou março de 2014.”

Mesmo cauteloso, o chefe da Casa Civil não tem nenhuma restrição em dizer que a base aliada tem a expectativa de recandidatura do governador. “Marconi tem experiência, une a base, tem força na articulação para continuarmos no poder. A base aliada espera que ele seja candidato. Ele é o nosso candidato. Não conversei com ele sobre isso, mas ele sabe que é forte e penso que será candidato”, diz Vilmar.

Thiago Peixoto afirma que percebe em Marconi muita disposição de liderar o Estado. “Nós temos um projeto claro para o Estado e acredito que o governador vai continuar liderando esse projeto. Ele não vai querer que haja retrocesso. A oposição é que não tem projeto.”

O secretário de Educação dá sua opinião clara: “Marconi tem tudo para disputar e continuar à frente do Estado. Agora ele está realizando e entregando obras. Não é hora de discutir eleição.”

Eleição para presidente vai influenciar o quadro nos Estados

http://www.jornalopcao.com.br/arquivos/images/1985/pesq6.jpg

A tendência é que a receptividade do eleitor ao projeto de reeleição de Marconi Perillo aumente na medida em que as realizações forem se concretizando. Mas e se isso não acontecer? Se os números não se tornarem realmente favoráveis, então sim, o tucano pode não disputar.

Em tal cenário, ele concluiria seu governo com foco total, ganhando força para trabalhar pela candidatura de outro nome da base aliada. Nesse caso, o que ele faria? Bem, pode disputar outro cargo, Senado ou Câmara Federal.

Ou não disputar nada e… trabalhar pela candidatura do correligionário Aécio Neves à Presi­dên­cia da República. Por falar em Pre­sidência, a petista Dilma Rou­sseff pode nem ser candidata, uma vez que até no PT há uma facção que quer Lula de volta, com medo de perder o poder. São os “queremistas” de Lula.

No jogo sucessório federal, é óbvio que Marconi está com o tucano Aécio, que por sua vez está afinado com o pernambucano Eduardo Campos (PSB), o outro oposicionista, não esquecendo que Marina Silva (ainda sem partido) também está no páreo.

Aécio e Eduardo se falam praticamente todos os dias e o combinado entre eles é que quem for ao segundo turno terá o apoio imediato do outro. Marconi será um dos players nesse jogo como articulador de Aécio-Eduardo no Centro-Oeste. E pode fazer isso tendo ou não cargo eletivo em Goiás, por isso a possibilidade de ele não disputar.

E se o eleitor brasileiro confirmar na urna seu cansaço com a política do PT, de crescimento econômico ridículo e serviços públicos sofríveis (recado que foi dado nas manifestações populares recentes), elegendo Aécio ou Eduardo, não tenha dúvida o leitor, Marconi estaria automaticamente cotado para fazer parte do primeiro escalão federal. Quem viver verá.

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