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Goiânia

Em O Popular, sindicalista diz que Sintego é “pelego” e que “sua cúpula faz acordos eleitoreiros para ocupar cargos públicos”

Veja a matéria:

 

Ruptura

Cisões polarizam sindicatos

Representações de entidades tradicionais estão sendo questionadas por novas lideranças

Alfredo Mergulhão 14 de outubro de 2013 (segunda-feira)

 

A greve na rede municipal de ensino de Goiânia (veja reportagem na página 2) expôs um racha entre sindicalistas, divididos em dois grupos: um de direito e outro não reconhecido formalmente mas que reivindica a representação da categoria. Essa ruptura está longe de ser exclusividade dos docentes das escolas públicas da capital. As cisões dentro dos movimentos sociais, sindicais e estudantis têm se tornado uma constante, com instituições tradicionais tendo suas legitimidades questionadas.

A paralisação dos professores de Goiânia – que começou no mês passado – é um rescaldo da greve de 2010. Na época, um grupo se opôs fortemente à condução dos grevistas por parte do Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado de Goiás (Sintego). A entidade, criada há 25 anos, é historicamente ligada ao PT. Já passaram por sua presidência o atual secretário de Governo da Prefeitura, Osmar Magalhães, e a secretária Municipal de Educação, Neyde Aparecida.

A dissidência do Sintego acusa o sindicato de ser pelego e de sua cúpula fazer acordos eleitoreiros para ocupar cargos públicos. Desde o fim da greve, dois anos atrás, o grupo se organiza para confrontar a representação classista estabelecida. Esse processo culminou na criação do Sindicato Municipal dos Servidores da Educação de Goiânia (Simsed) que embora não seja reconhecido oficialmente comanda a atual greve da categoria e ocupa o plenário da Câmara desde terça-feira.

Um dos dirigentes do Simsed, Antônio Gonçalves Rocha Júnior, considera que houve uma “cooptação geral dos movimentos sociais tradicionais após a chegada do PT ao poder”, em 2003. Para ele, o caso do Sintego é ilustrativo, pois dos seus quadros saíram nomes que fizeram carreira política partidária, como o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares.

Com a Prefeitura de Goiânia comandada pelo PT, o Sintego virou alvo de críticas quando a greve de 2010 foi encerrada contra a vontade de tendências sindicais mais à esquerda no espectro político. Também pesou para a cisão o fato de o Sintego representar tanto professores do sistema de educação estadual quanto do municipal. Na maioria dos Estados, cada rede tem seu sindicato.

A presidente do Sintego, Iêda Leal, sustenta que o sindicato nunca indicou nomes para ocupar cargos públicos. “Isso é uma inverdade. Não temos papel de escolher quem vai atuar na gestão pública, muito menos de decidir com quem vamos discutir nossas pautas. Nós temos que negociar independente de quem está do outro lado, sempre pensando na categoria”, diz.

Iêda Leal acentua que o sindicato não pode impedir que “alguém com mais capacidade para debater sobre educação assuma um cargo.” Para ela, a oposição que o Sintego vem sofrendo tenta desviar o foco pelo fato de não conseguir fazer a discussão dentro da própria instituição. “Temos condições para representar a categoria e estamos defendendo nosso estatuto. “

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