quarta-feira , 24 abril 2024
Goiânia

Professor Orley escreve ao 24Horas, critica Paulo Garcia e ressalta força da greve

O professores Orley José da Silva, que atua nas escolas Nova Conquista e Dom Fernando Gomes, escreveu enviou um texto ao Facebook do blog Goiás 24Horas.

Orley fala da trapalhadas de Paulo Garcia e do movimento grevista e critica a forma como a prefeitura se posicionou ao longo da paralisação.

Leia o texto enviado por Orley (sem edição):

Meu contato com o prefeito Paulo Garcia até hoje resume-se a cumprimentos e palavras rápidas, iguais a que tivemos durante sua visita à escola Nova Conquista. Portanto, desconheço até que ponto suas palavras e acordos merecem confiança. Particularmente, até o início da greve, eu acreditava na seriedade da sua imagem e carregava a impressão de que ele merecesse crédito, sendo que seu problema se resumia ao PT. Na manhã de hoje, porém, ouvindo-o através da rádio Vinha, indignei-me e me decepcionei com o prefeito.

Por exemplo, discordei da veracidade de alguns pontos das suas afirmações acerca do histórico das negociações da Prefeitura com os trabalhadores da educação em greve. Isto porque acho-me inserido no processo de greve e acompanho as movimentações de ambos os lados. Uma das afirmações infundadas sobre encontro para negociação, inclusive, já havia sido reproduzida pelo Jornal Nacional, da TV Globo. Ele alegou intransigência dos educadores em greve porque se ativeram às questões semânticas do texto. E o valor semântico não importa ao texto? Acontece que o texto enviado (por quem?) é dúbio e pode levar a interpretação diferente daquela acordada na mesa de negociação.

Por que o texto não foi escrito de maneira clara e objetiva, de forma condizente com o acordado? Por que foi dado ao texto o caráter “informal”, sem data e assinatura do executivo? Analiso estas coisas como pertencentes à velha e desprezível estratégia de sabotagem e desmobilização. Sabotagem porque, quando não se é claro na formalização das propostas, pode-se depois negar os compromissos. De desmobilização porque passa-se para os menos informados a ideia de que as pendências foram resolvidas e a greve já não mais se justifica. Apesar dos esforços da SME, da Prefeitura e do SINTEGO, a greve é forte. O próprio secretário Osmar Magalhães admitiu hoje que 48% das escolas e cmeis estão fechados.(Tenho uma curiosidade e gostaria que o Ministério Público ou vereadores da oposição conferissem: quanto foi gasto de dinheiro público com as inserções de mensagens nas rádios, TVs e jornais durante o período de greve dos educadores?)

É verdade que muitos colegas preferiram à greve de pijama no lugar do embate que se faz no campo da resistência política. Procuram saber do andamento da greve pelo celular e pelas redes sociais. Caso contrário, estaríamos ainda mais fortes e mais cacifados para a negociação. Embora soubéssemos que nossa ingenuidade romântica e bem intencionada travaria uma batalha contra essa mentalidade rançosa e superada de sindicalismo, de velhas raposas, não imaginamos a profundidade dos lodaçais éticos e morais que deveríamos atravessar… Nossa luta não termina nesta greve, apenas passa por ela…

PROFESSOR ORLEY JOSÉ DA SILVA
ESCOLA MUNICIPAL NOVA CONQUISTA
ESCOLA MUNICIPAL DOM FERNANDO GOMES DOS SANTOS
MESTRE EM LETRAS E LINGUÍSTICA (UFG)

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