terça-feira , 23 abril 2024
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Iris vai insistir no discurso sobre o passado. Confira a opinião de Fabiana Pulcineli: “Totalmente descabido, porque o mundo mudou”

O coordenador de marketing do PMDB, Luiz Felipe Gabriel, anunciou que Iris Rezende não vai abrir mão do discurso que remete ao passado, porque “quem tem muitas realizações como Iris não pode abrir mão de fazer referência a elas”.

Na verdade, os “estrategistas” do PMDB até chegaram a pensar que poderiam fazer Iris mudar de ideia e assumir um discurso mais condizente com a modernidade e com propostas para o futuro. Não conseguiram.

O jeito foi assumir a nostalgia do passado. Tanto Iris como os seus marqueteiros, agora, estão defendendo a insistência com que o velho candidato peemedebista vive se reportando aos tempos de antigamente. Isso significa que o saudosismo vai continuar imperando na campanha do PMDB.

Confira, leitor, a opinião da jornalista Fabiana Pulcineli, em artigo nas páginas de O Popular, 10 dias atrás, sobre o discurso de Iris:

“Iris mostra dificuldades em apresentar um discurso que convença o eleitorado, mesmo aquele que rejeita Marconi. Apesar das garantias dos peemedebistas de que esta campanha será completamente diferente da de 2010, com menos amadorismo e mais estratégias, o peemedebista nos primeiros discursos não empolgou nem os aliados.

Falar de mutirões no mesmo estilo daqueles feitos na década de 1960, que ‘o povo vai pegar a enxada’, que a população vai ‘botar a mão na massa’ é totalmente descabido no século 21. Participação popular hoje é controle social, é exigência de transparência, é cobrança por gestão responsável, é acompanhar os gastos públicos, é lutar por serviços de qualidade. Não é pegar enxada ou máquina para ajudar governo em crise.

Falar em volta de Crisa e Dergo é quase levantar a bola para o Governo cortar, num momento em que a Agetop apresenta bons resultados na melhoria das rodovias e na ajuda aos municípios com pavimentação urbana. Além de ser um debate muito raso para uma discussão que deveria ser profunda sobre estrutura administrativa. Dizer que ‘as pessoas estão morrendo à míngua’ por falta de hospitais também soa bem superficial – sem dados, sem números e sem propostas. Aliás, cabe a pergunta: Iris manteria as organizações sociais nas gestão de hospitais? Se não, o que faria no lugar?

Lembrar o passado é válido, claro, para reforçar o patrimônio político, dar credibilidade, calçar as propostas, informar os jovens. Mas não para dizer que será tudo como antes. O mundo mudou, as pessoas mudaram, o estilo de vida delas também mudou. As exigências são outras”.