sábado , 20 abril 2024
Goiânia

Outra de Henrique Duarte: “se a eleição fosse municipal, Goiânia seria massivamente adversária do atual prefeito”

No artigo “Goiânia explícita e feiosa”, publicado na edição de segunda-feira do jornal O Popular, o jornalista Henrique Duarte afirma que o prefeito Paulo Garcia (PT), com o seu “jeitão amolecido”, compromete o histórico de conquistas e boas administrações na Capital e granjeia, desta forma, ampla insatisfação do goianiense.

Na sua opinião, se a eleição deste ano fosse para prefeito, o candidato apoiado por Paulo certamente não seria o vitorioso. “Goiânia seria massivamente adversária do atual prefeito”.

Veja o artigo na íntegra:

Goiânia explícita e feiosa

Ainda não é o caso de a taxarmos de horrorosa, ou coisa parecida, porque não atingimos tal estágio de degradação urbana. Goiânia, no entanto, caminha impiedosamente para chegar lá, para desmerecer sua história de êxitos em todos os sentidos, desde que foi fundada sob auspícios gloriosos de representar a nova civilização do Centro-Oeste.

Há uma grande conjugação de fatores adversos atuando no Paço, uma enorme conspiração talvez da inércia ou, por outro lado, de incapacidade administrativa. Conspiração que, neste momento, reflete mais que desajustes de gestão e falta de recursos financeiros. Conspiração que castiga a cidade.

Resvala, ainda, tal desengano, por sendas políticas e eleitorais. E estabelece grande diferença entre o estilo de governar do ex-prefeito Iris Rezende (PMDB), que tapava sistematicamente todos os buracos e recolhia todo o lixo. E o jeitão amolecido de Paulo Garcia (PT). Nos buracos do asfalto da capital está explícita essa diferença. No lixo que se acumula em vastas regiões da metrópole. Nas obras viárias de execução demorada e que incomodam, perturbam a mobilidade. Na falta de fiscalização de posturas. E, sobretudo, na ausência de gestão competente de trânsito. O caos veicular assume proporções alarmantes.

Goiânia passou a ser uma cidade mais explícita em praticamente tudo, mas do ponto de vista do negativismo. Se antes, nos anos do seu alvorecer festivo e da sua maturação grandiosa, a urbe se mostrava apenas pelo lado positivo, agora, turvada a sua trajetória de brilho e louvores, decai em sono profundo, confessa a sua falência.

Mesmo amparada pelos braços vigorosos de PAC I, PAC II e outros arranjos federais criados em Brasília na gestão da presidente Dilma Rousseff, a gestão Paulo Garcia não consegue dar as respostas que a população de Goiânia aguarda.

Reverter a situação precária em que se encontram centenas de quilômetros de ruas onde os buracos são a estampa da inércia já seria um bom começo. Entretanto, como isso não acontece, mesmo sem chover as crateras ficam insistentes nas ruas e avenidas a ditar a velocidade do trânsito e o modo de conduzir, para que os prejuízos com a danificação de peças caibam nos orçamentos.

Sem ter como pagar atrasados de R$ 40 milhões à empresa que coletava lixo, o serviço deixou de ser prestado e montanhas de detritos se acumularam por toda a cidade. E ainda se vê, aqui e ali, por falta de coleta eficiente, os resíduos domésticos ficarem até 15 dias amontoados em vários bairros.

De forma que, com esse andar da carruagem, a administração municipal de tantos feitos no passado não se constituirá em cabo eleitoral. A menos que se arrume, com agilidade necessária, mecanismos de convencimento. Dizer, por exemplo, que os buracos no asfalto são indispensáveis por dar emprego a mecânicos e lanterneiros. Que as viagens de ônibus mais demoradas são importantes por dar oportunidade aos passageiros de descanso, mesmo estando em pé.

Pela primeira vez a Prefeitura influirá no processo eleitoral para presidente da República, governador, deputados e senador de modo negativo, sem poder mostrar aos correligionários e aliados magnitude de suas ações profícuas. As referências positivas se apagam ante o amontoado de problemas.

Quem sabe, em 2015, serenados os ânimos das urnas e definidas as posições, possa o prefeito Paulo Garcia, nos dois anos que ainda lhe restarão, carrear para seu patrimônio político as oportunidades de gestão que se perderam.

E resgatar a boa imagem que dele se tem enquanto cidadão, mas que inegavelmente se definhou como administrador. Dizia-se que Aparecida de Goiânia, pela sua histórica ingovernabilidade, devido aos problemas de toda ordem, era cemitério de políticos.

O aliado de Paulo Garcia que administra a vizinha cidade em nome do PMDB, Maguito Vilela, por ter conseguido mais que o prefeito de Goiânia junto ao governo federal, em termos de dinheiro e obras, modificou o conceito e deu claridade à sua gestão.

Pode-se ver, por aí, que a dinâmica política se altera e se alterna não ao bel-prazer, mas por razões inequívocas do julgamento popular; e este está sempre ligado à capacidade de fazer, de realizar. Se a eleição fosse municipal, Goiânia seria, por esse motivo, massivamente adversária do atual prefeito.

Sendo o tempo senhor da razão, em 2016, ano das eleições municipais, duas hipóteses poderão surgir: 1 – O prefeito conseguirá redesenhar o mapa e derrotar o pessimismo em relação à sua gestão. 2 – Ou aprofundará ainda mais o fosso que cavou, do qual não submergirá nem como candidato a vereador.

HENRIQUE DUARTE é jornalista

Leia também:

Em O Popular, jornalista detona o “jeitão amolecido” de Paulo Garcia

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