Na última sexta-feira, o promotor Fernando Krebs fez visita surpresa à Comurg para averiguar denúncia de que há 129 funcionários fantasmas na companhia (de um total de 398 servidores comissionados). Nenhum dos 129 foi encontrado na Comurg no horário de trabalho. “Eu esperava não encontrar um ou outro, mas não encontrar nenhum me surpreendeu”, disse o promotor ao jornal O Popular.
Segundo a reportagem de Andreia Bahia, O chefe de Departamento de Pessoal da companhia, Waterson Fidéles Correa, disse que “os servidores haviam sido dispensados ‘porque era sexta-feira e eles não tinham o que fazer’. Krebs conta que estranhou a dispensa, uma vez que ‘não era feriado nem nada’. Pressionado pelo promotor, Correa disse que eles não trabalhavam lá e que não sabia informar onde os servidores trabalhavam. Ele ainda pediu ao promotor para ver a lista que ele mesmo havia elaborado no mês anterior e confirmou que na Comurg eles não tinham local de trabalho”.
Veja um trecho da reportagem, publicada neste sábado:
O episódio levou Krebs a concluir que o número de funcionários fantasmas no órgão municipal possa ser ainda maior. “A partir desse fato eu vou apurar a situação de todos os servidores comissionados da Comurg”, adianta.
O resultado da visita do promotor à Comurg foi anexado a um procedimento aberto em janeiro deste ano que investiga uma denúncia sobre a existência de servidores fantasmas na Comurg. De acordo com o promotor, tanto o chefe do Departamento de Pessoal, Waterson Fidéles Correa, como o presidente da Comurg, Ormando Júnior, podem responder respectivamente por peculato – crime de desvio de dinheiro público por funcionário público – e ato de improbidade administrativa. “Vou tomar as medidas judiciais cabíveis”, afirma Krebs. O promotor chama atenção para o fato de a Comurg ter gastado este mês R$ 842 mil com a folha de pagamento.
Os dois citados pelo promotor foram procurados pela reportagem e o assessor de imprensa da Comurg informou que Ormando Júnior não iria se manifestar sobre a questão, deixando para falar na hora certa. Já Waterson Correa, segundo o assessor de imprensa, argumentou que não poderia se manifestar, uma vez que cabe ao presidente responder pelo órgão.
