A aliança com o DEM, formalizada através da candidatura a senador de Ronaldo Caiado, foi cantada em prosa em verso pelo PMDB como a grande jogada para ampliar a aceitação da candidatura de Iris Rezende a governador e, como consequência, vencer as eleições.
Passados mais ou menos três meses desde as primeiras notícias do acerto com Caiado, a realidade que se vê é bem diferente da euforia inicial. Iris, hoje, tem menos votos do que tinha quando a campanha começou oficialmente. No domingo, os institutos Serpes e Fortiori mostraram que seus índices caíram e que o governador Marconi Perillo, além de abrir uma frente de 15 pontos, correspondente a mais ou menos 600 mil votos, está a um beiço de pulga de vencer no 1º turno.
O que deu errado? Primeiro, é preciso notar que Caiado é um político egocêntrico e narcísico, ou seja, só faz campanha pra ele mesmo, auto-exaltando as suas qualidades e, majestaticamente, apresentando na terceira pessoa Caiado como o melhor que existe sobre a face da terra. Sendo um candidato a um cargo legislativo, ele invadiu a área de Iris, que é candidato ao Executivo, e ocupou todos os espaços.
Segundo, Caiado não agregou nenhum tipo de esforço de campanha à candidatura de Iris. Mesmo porque, em matéria de eleições majoritárias, ele é fraquíssimo, como todo político que vive rodeado de arestas. Os médicos goianos, através das suas instituições representativas, anunciaram apoio a Caiado, mas não a Iris. E Caiado, em nenhum momento, procurou essas instituições para pelo menos propor que o nome de Iris fosse considerado.
Ou seja: Caiado é só discurso. E discurso apenas para ele. Nos seus programas de televisão, o ruralista nunca sequer citou o nome do seu companheiro peemedebista de chapa. Mais: Caiado providenciou a sua agência de marketing, a Propeg, de alta qualidade, que veio da Bahia, e deixou Iris afundar com marqueteiros de meia tigela, que acabaram obtendo, como único resultado das primeiras duas semanas de campanha, uma queda do velho cacique peemedebista nas pesquisas – conforme mostraram o Serpes e o Fortiori.
Então: o acordo com o PMDB foi bom para Caiado, que está próximo de se eleger senador (e, na sequência, alimentando uma candidatura a governador em 2018, dane-se o PMDB), e sem nenhum resultado para Iris até agora.
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