quinta-feira , 25 abril 2024
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Wanderlei de Faria, do O Popular, afirma que Dilma precisa de um “choque de credibilidade”

Leia artigo assinado pelo jornalista Wanderlei de Faria, na edição de sábado, de O Popular:

 

Na contramão

Wanderlei de Faria

Apesar do baixo crescimento do País, do fraco desempenho da produção industrial, da perda de fôlego da geração de emprego e, principalmente, da insistente inflação acima do teto da meta, embora dê sinais de queda, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa básica de juros da economia brasileira de 8% para 8,5% ao ano, na última quarta-feira. Com o aumento, o Brasil subiu da quarta para a segunda colocação no ranking de países com os maiores juros reais, atrás apenas da China.

Desta vez, a decisão de manter o ritmo de altas dos juros foi unânime. Para tanto, os diretores do Banco Central levaram em conta outros argumentos para aumentar a Selic em 0,5 ponto porcentual. Um fator que pesou nas avaliações foi a escalada do dólar, que subiu mais de 7% desde a última reunião do Copom há 45 dias. O repasse para os preços dos importados, que abocanham cada vez mais o mercado nacional, tem impacto na inflação do ano que vem. E a cada avanço da cotação da moeda americana, as previsões para a alta dos preços em 2014 pioram. Já estão em 5,9%.

A decisão também foi um recado do Copom para os agentes econômicos de que o governo não deixará o controle dos preços desandar, um sinal importante no momento em que a inflação estourou o limite da meta. Hoje, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – usado oficialmente – está em 6,7% nos últimos 12 meses. O objetivo central estabelecido pela equipe econômica é de 4,5%, com uma margem de tolerância de dois pontos porcentuais.

Mas de nada adianta somente o Banco Central mandar recados e usar o único instrumento de que dispõe – a política monetária, que consiste em retirar dinheiro do mercado quando a inflação aumenta e expandir a moeda quando acontece o contrário, se os gastos do governo continuam elevados e descontrolados. Menos rigor na administração das contas públicas acelera o consumo, aumenta o rombo nas contas externas e exige um esforço excessivo da política de juros para controlar a inflação.

Ou seja, diante da política expansionista do governo, sobrou para o BC a responsabilidade de frear a atividade econômica, conter a demanda e, consequentemente, o crescimento do País. Estamos na contramão do mundo inteiro, que está com juros baixos por causa do mix de política econômica, como bem lembrou o economista André Perfeito. O Brasil passa por um período desconfiança.

Recados também vêm das manifestações pacíficas da população, nas quais constata-se claramente que a agenda do governo está longe das vozes das ruas. O governo Dilma precisa urgentemente de um choque de credibilidade, até mesmo para salvar seu futuro político. Até agora, no entanto, não há sinais de que tenha se sensibilizado para isso. E esse é o fator que mais compromete o sucesso da luta contra a inflação.

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