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Editor de O Popular aponta descompasso entre “oásis salarial” de Paulo Garcia e “a situação calamitosa das praças”

Leia artigo do jornalista João Lemes, editor do jornal O Popular:

 

Da redação
12/08/2013
Praças e oásis salarial

A análise de duas reportagens publicadas na edição de sexta-feira do POPULAR mostra o descompasso nas ações da Prefeitura de Goiânia quando se trata de cuidar do dinheiro e do bem público.

A primeira matéria trata da situação calamitosa de dois espaços públicos de nossa cidade: as Praças do Cruzeiro e do Sol, importantes pontos turísticos da capital, por situarem-se em regiões nobres. Deveriam ser usados para o lazer da população, mas o que se ouve por ali são reclamações de quem mora próximo ou frequenta os locais, devido à falta de cuidados.

A segunda reportagem revela um verdadeiro oásis salarial na Prefeitura de Goiânia, principalmente na Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg). Conforme dados do Portal da Transparência do município, só com o pagamento dos salários de quatro servidores com status de diretor foram consumidos no mês de junho mais de R$ 223 mil.

Outra reportagem, do sábado, mostra que os gastos com os supersalários de 61 funcionários lotados em vários órgãos da administração direta e indireta custaram aos cofres do município R$ 2,3 milhões, também em junho. A maior parte dos altos salários identificados está na Comurg, mesmo órgão que deveria cuidar das praças abandonadas.

Em 2012, o então presidente da Comurg, Luciano de Castro, informou que o projeto para revitalização da Praça do Sol estava pronto e orçado em R$ 800 mil. Numa conta simples, se esse valor saísse dos R$ 2,3 milhões gastos com os supersalários de 61 servidores, sobraria ainda R$ 1,5 milhão, ou um vencimento médio de R$ 24,5 mil naquele mês. Valor bem acima do salário do prefeito, definido como teto no município a partir de hoje, conforme decreto assinado na sexta-feira pelo chefe do Executivo municipal.

Tão esdrúxula quanto a situação das praças e dos supersalários pagos são as respostas para os problemas vindas de representantes do poder público. O presidente da Companhia de Urbanização de Goiânia, Paulo de Tarso, diz ver como um problema os supersalários, mas alega que eles são uma conquista da categoria e estão dentro da legalidade. Vale lembrar que quem faz a negociação salarial com as entidades representativas desses servidores é a própria Comurg e cabe aos seus dirigentes atuar para mudar essa situação na negociação dos acordos coletivos de trabalho.

Sobre as praças, diz reconhecer o problema e garante que elas estão entre as prioridades, mas adianta que a solução só será possível com apoio da iniciativa privada. Difícil imaginar que alguém queira ser parceiro em projetos dessa natureza quando se vê tamanho descompasso no uso dos recursos públicos. Nada contra os servidores serem bem remunerados. Mas as cifras reveladas vão na contramão do discurso de que o município passa por dificuldades financeiras e precisa controlar seus gastos.

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