terça-feira , 23 abril 2024
Sem categoria

Jornal Opção: dream team do governismo inclui Caiado, Daniel Vilela e Henrique Meirelles

Veja nota do Jornal Opção:

Não há um político que não diga que está cedo para a montagem de chapas majoritárias. De fato, tem razão. Está mesmo cedo. Mas, como admitem, não está cedo para se entabular negociações, rearticular diálogos e exibir cacifes. Na verdade, não há nenhum político de proa que não esteja articulando neste momento, em conversações de vários níveis.

Certo, não se pode falar em chapas definidas, exceto que um candidato está definido. Trata-se do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, do partido Democratas. Questionado, há pouco tempo, se poderia disputar a Presidência da República, o gestor disse que será candidato à reeleição. Portanto, é o único que realmente está no jogo.

Ronaldo Caiado não apenas está no jogo como também está interferindo no jogo de outros partidos, ao buscar novos aliados para robustecer sua coligação.

O presidente do MDB, ex-deputado federal Daniel Vilela, tem dito que deve ser candidato a governador. Ao dizer isto não está sugerindo que está definido e que não haverá recuo, e sim que o partido que lidera, por ser grande e de alta capilaridade em todo o Estado, está no jogo. Não pode se retirar da beira do campo, pois, se o fizer, pode nem mesmo entrar em campo. Conforme se disse acima, este é o momento de conversar, de reabrir diálogos, e não de acordos definitivos.

Portanto, há a possibilidade de Daniel Vilela compor com Ronaldo Caiado, disputando mandato de vice (ou senador) na sua coligação. Mas por que o líder emedebista abdicaria de disputar o cargo máximo da política em Goiás?

Por alguns motivos. Ao menos no momento, Ronaldo Caiado é o favorito para a reeleição. Se disputar e perder, Daniel Vilela ficará mais quatro anos afastado do poder — no total, oito anos. Só voltará a disputar mandato em 2026.

Porém, se aceitar a vice do governador, e este for reeleito, Daniel Vilela possivelmente assumirá o governo em 2026, e, assim, se tornará candidato à reeleição. Ronaldo Caiado provavelmente será candidato a senador.

Portanto, se apostar em Ronaldo Caiado em 2022, Daniel Vilela estará apostando em si mesmo em 2026. Se for realista, compõe. Se não, terá de correr o risco de se isolar politicamente. O mais provável é que, se perder mais uma vez para governador, terá de abrir espaço para novas forças políticas, como o prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha, em 2026.

Mostrando que é preciso levar em consideração o imponderável, o PSD conquistou, recentemente, o passe de Henrique Meirelles — ex-presidente do BankBoston, ex-presidente do Banco Central, ex-ministro da Fazenda e secretário da Fazenda do governo de João Doria, do PSDB. Trata-se de um executivo altamente qualificado e, quando candidato, capaz de erguer estruturas gigantes, como quando foi eleito o deputado federal mais votado de Goiás, na disputa de 2002. Não há uma gota de amadorismo nas ações de ex-banqueiro. É um profissional.

Henrique Meirelles, segundo seus aliados, quer disputar mandato de senador, e numa chapa com Ronaldo Caiado. Haverá chiadeira na base do governador, como a do deputado Zacharias Calil. Mas será breve. Porque os democratas com mais peso político, como o governador, sabem que, pertencendo a qualquer chapa, o ex-ministro pode desequilibrar o jogo.

Uma chapa com Ronaldo Caiado para governador, Daniel Vilela na vice e Henrique Meirelles para senador é praticamente um exército eleitoral. Há determinados grupos que terão dificuldade de montar chapa assim que ela for anunciada — claro, se for. Nunca se pode afiançar que uma chapa é imbatível. Mas, no caso, quase se pode sugerir que, se esta seleção entrar em campo, poderá vencer inclusive por W.O.