quinta-feira , 18 abril 2024
Goiás

Fernanda Cardoso, que continua presa em Goiânia, era o elo da quadrilha com Catalão e Aparecida

A “pastinha” Fernanda Cardoso, que continua presa na carceragem da Polícia Federal em Goiânia, trabalhava para a quadrilha desbaratada pela Operação Miqueias como elo de ligação entre o esquema e várias Prefeituras goianas, principalmente a de Catalão e a de Aparecida.

A Polícia Federal apura as ligações de Fernanda Cardoso com outro membro da quadrilha, Cristiano Sá Freire Lefevre, que foi nomeado pelo então prefeito Velomar Rios, do PMDB, para presidente do instituto de previdência dos servidores da Prefeitura de Catalão. Aparentemente, os dois atuavam em parceria – ou até mais do que isso.

A Polícia Federal registrou contatos dos dois, em conjunto, com outras Prefeituras, a exemplo de Caldas Novas e Aparecida. Nesta última, um fato inédito na história da corrupção no Brasil: Fernanda e Cristiano participaram de uma reunião do Aparecida Prev, o fundo de pensão da Prefeitura, em 29 de dezembro, quando foram definidos os investimentos a serem feitos em 2013, e tiveram a sua presença registrada em ata.

Caps lock: DOIS OPERADORES DE UMA QUADRILHA TIVERAM SUA PRESENÇA REGISTRADA EM ATA NA PREFEITURA DE APARECIDA.

Em Catalão, Fernanda Cardoso se hospedava em um hotel da cidade, onde ficava na companhia de Cristiano Sá Freire Lefevre, ocupando uma suíte matrimonial. Consta também que ela chegou a ter residência fixa na cidade. A PF apura se o Ipasc pagou as diárias da “pastinha”.

Coincidência ou não, os fundos de previdência de Catalão e Aparecida foram os que realizaram os maiores “investimentos” nos papéis podres operados pela quadrilha. Em Catalão, R$ 11 milhões foram retirados de aplicações no Banco do Brasil e na Caixa Federal, em dezembro de 2012, último mês do mandato de Velomar Rios, do PMDB, e injetados no Vitória Régia, no Adinvest, no Atico Florestal e no Atico Imobiliário. Em Aparecida, a manobra se repetiu: R$ 9 milhões saíram de bancos seguros e foram para o Adinvest. Todos esses fundos, na data dessas “aplicações”, já estavam condenados pelo Banco Central e pela Comissão de Valores Mobiliários. Em poucos dias, houve desvalorização das cotas de todos eles e pelo menos entre R$ 3 a 4 milhões foram para o ralo.