O autoritarismo de Paulo Garcia é tão grande que ele resolveu simplesmente não acatar uma lei aprovada pela Câmara Municipal de Goiânia. Sem mais nem menos, baixou um decretão contra norma que estabelece a dispensação de prescrição médica para medicamentos usados em transtornos menores ou nos limites da atenção básica.
Tudo aconteceu da seguinte maneira: a Câmara Municipal, por meio de projeto de lei discutido em audiência pública e consulta à Vigilância Sanitária, aprovou norma que atendia aos farmacêuticos. Veio o prefeito Paulo Garcia e vetou. A Câmara, então, em raro movimento de ousadia contra as tiranias de Paulo Garcia, derrubou o veto e promulgou a lei.
Bom, aí Paulo Garcia, com um simples decreto, derrubou a lei emanada do poder legislativo.
Agora, olha a briga em que Paulo Garcia entrou: antes, se você cortava um dedo, um pequeno corte na ponta da faca enquanto descascava uma laranja, bastava ir no farmacêutico e ele indicava um antimicrobiano básico, um spray, etc.
Nada demais. Em alguns dias, estava tudo ok.
Mas agora com o decretão favorável aos médicos, explica o vereador Anselmo Pereira, os farmacêuticos não podem fazer nada. E o pobre coitado do cidadão que corta o dedo tem que enfrentar o sistema de saúde brasileiro, cuja consulta demora meses e meses.
Agora a pergunta do Goiás24horas: prefeito, quantos milhares de cortes e dores de ouvidos não ocorrem por dia, sem que essas pessoas procurem os Cais? E a partir de agora, o senhor com os cinco médicos cubanos que chegaram está preparado para receber essa enorme demanda?
É preciso ler nas entrelinhas. O Diário da Manhã fez reportagem, mas não traduziu: Paulo Garcia, que é médico, que já atuou à frente da Unimed, legislou para sua categoria em detrimento dos farmacêuticos. Simples assim.
O prefeito só entra em latadas. Com as luzes de Natal, com o Plano Diretor, com o transporte coletivo, com os professores, com os enfermeiros, com a Guarda Civil…