sexta-feira , 29 março 2024
Goiânia

Em artigo, Dra. Cristina diz que prefeitura não está interessada em ouvir o povo sobre venda de áreas públicas

Leia o artigo da vereadora Dra. Cristina, em O Popular:

Bem público é coisa séria

Estão mais uma vez em jogo os interesses de Goiânia e dos seus cidadãos. Amanhã será realizada sessão extraordinária na Câmara para votação do projeto de desafetação de 18 áreas públicas, retirando a função original desses terrenos que são destinados a creches, hospitais, escolas.

São 209 mil m² distribuídos em várias regiões da cidade, especialmente na Região Sul, próximo aos condomínios fechados e ao Paço Municipal, além de terrenos no Parque Lozandes, Setor Universitário, Brisas do Cerrado, Moinhos dos Ventos, entre outros. A previsão do Paço é arrecadar quase R$ 300 milhões com a venda.

Ora, a quem interessa a desafetação dessas áreas, se nem mesmo os moradores vizinhos a esses terrenos foram ouvidos?

A votação, amanhã, entre o Natal e o ano-novo, dá uma pista de que o Executivo não tem intenção de ouvir a população sobre a desafetação das áreas públicas, que pertencem à população de Goiânia. A escolha da data é justamente para esvaziar a discussão e uma decisão dessa magnitude passar à margem, sem que a população tenha direito de questionar e se indignar.

Engana-se quem pensa que a Câmara não será cobrada sobre suas decisões. Os vereadores que endossam as estratégias do Executivo, sem planejamento e visando apenas à arrecadação, pagarão o preço nas urnas, à medida que o cidadão pagará o preço de uma cidade que cresce desordenadamente à mercê da especulação imobiliária.

Ainda que em Goiânia não faltassem escolas, creches e aparelhos públicos de lazer, a desafetação dessas áreas já seria questionada, pois o cidadão tem direito de opinar sobre os rumos da cidade onde vive.

Infelizmente não moramos na Suécia, onde o morador paga impostos e em troca recebe serviços de excelência em saúde, educação, segurança e lazer. E onde, principalmente, o cidadão é consultado sobre o seu futuro e o da sua cidade. O quê, aparentemente, está sendo feito é uma tentativa de encher os cofres públicos às custas do cidadão e do futuro da nossa cidade.

As áreas em questão fazem parte de uma reserva destinada à edificação de órgãos da administração. Como podemos vender um patrimônio público se a própria Prefeitura paga aluguel para funcionamento de órgãos municipais? A conta não fecha.

Como podemos vender para exploração imobiliária áreas destinadas à construção de parques, praças e equipamentos públicos? Cidade sustentável é muito mais que slogan bonito. É trabalho transparente, participativo e com planejamento. Queremos e podemos ter uma cidade mais justa com melhor divisão dos recursos públicos. Queremos e merecemos uma cidade sustentável.

Cristina Lopes Afonso é vereadora pelo PSDB e presidente da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania

Artigos relacionados

Goiânia

Oposição quer anular aprovação do empréstimo de R$ 710 mi à Prefeitura e leva caso ao SFT

Vereadores de oposição à Prefeitura de Goiânia querem anular a votação e...

Goiânia

Marconi considera nome de Raquel Teixeira para disputar a Prefeitura de Goiânia pelo PSDB

A ex-secretária de Educação de Goiás, Raquel Teixeira, entrou no radar dos...

Goiânia

Mulheres ficam feridas após árvore cair em moto no Setor Leste Vila Nova, em Goiânia

Duas mulheres de 23 e 43 anos ficaram feridas após uma árvore...

Goiânia

Criança é flagrada brincando entre tela de proteção e janela em apartamento de Goiânia

Uma criança foi flagrada brincando entre a tela de proteção e uma...