quinta-feira , 25 abril 2024
Eleições

Veja o que Marcus Vinicius disse de Iris Rezende em 2004. Como ele mudou…

Em 2004, Iris Rezende e Pedro Wilson disputavam a Prefeitura de Goiânia. PMDB e PT se odiavam. O jornalista Marcus Vinicius, petista militante, escreveu vários artigos contra Iris. Este que publicamos abaixo é um deles:

 2004 

Vote em Iris, eleja o candango Valdivino e ajude a favelizar Goiânia,
por Marcus Vinícius

Em Goiás há coisas que não mudam. Agosto é mês dos ipês, setembro, das jabuticabas e, outubro, das mangas. Governo ganha, vereador e deputado mudam de partido. Governo perde, a cena se repete.

No PMDB também há coisas que não mudam. Governo termina. Governador não. Tem sido assim em praticamente todos os governos peemedebistas. A exceção foi Henrique Santillo, que governou até o último dia do mandato.

Iris Rezende Machado nunca terminou um mandato. E a tendência é que não termine o de prefeito, caso seja eleito. É o que demonstra sua história pessoal e a de seu partido, o PMDB. Portanto, votando em Iris, o eleitor goianiense irá eleger prefeito um cidadão cujo domicílio eleitoral e residencial é de Brasília. Afinal, é na capital federal que há oito anos reside Valdivino Oliveira. Foram anos pródigos em que Valdivino serviu como secretário da Fazenda do governador Joaquim Roriz (PMDB).

Está mais do que claro que a estratégia do PMDB é utilizar a Prefeitura de Goiânia como trampolim para as eleições de 2006. Iris eleito prefeito é o candidato natural do partido à sucessão estadual. Na prática, uma revanche com Marconi Perillo.

Valdivino Oliveira assume na Capital preparando o terreno para que Joaquim Roriz volte para Goiás e seja candidato ao Senado na chapa de Iris Rezende. É quase uma promoção: votando num cacique do PMDB o eleitor goianiense ganha dois.

Valdivino Oliveira tem tudo para ser um bom prefeito de Goiânia. A sua experiência ao lado de Joaquim Roriz o credencia para fazer na Capital de Goiás o mesmo que foi feito na capital federal: um amplo processo de favelização. Todos na faixa dos 30 anos se recordam de Brasília antes e depois de Roriz. Mas vale refrescar a memória. Antes de Roriz, Brasília era uma cidade modelo em qualidade de vida. Depois, Brasília se viu cercada de um cinturão de miséria e violência patrocinada pela doação criminosa de áreas públicas pelo governo do Distrito Federal. A “benevolência” do GDF criou cidades satélites sem a menor infra-estrutura, como Águas Lindas, Santo Antônio do Descoberto e outras. O resultado da demagogia governamental é que o Entorno de Brasília ostenta os maiores índices de violência e desemprego do País.

Vai ser muito bom para Goiânia adquirir esta experiência do jeito candango de administrar de Valdivino. Aliás, o know-how de chamar favelas de conjuntos habitacionais é marca registrada da dupla Iris-Roriz, Roriz-Iris.

Bom discípulo, Valdivino também vai jogar famílias em casas apertadas, em áreas afastadas do Centro, sem asfalto, rede de esgoto, postos de saúde, escolas e sem linhas de ônibus. Tudo em nome do social. É votar em Iris para conferir o que Valdivino vai fazer, dois anos depois.

Histórico

Iris foi eleito vereador em 1956, e em 1958, antes de terminar o pleito, candidatou-se a deputado estadual. Saltou da Assembléia Legislativa para candidatura a prefeito de Goiânia em 1965. Em 1969 preparava candidatura ao governo do Estado quando foi cassado.

Com a volta da democracia, Iris Rezende é eleito governador nas eleições de 1982. Em 1985 assume cadeira de ministro da Agricultura a convite do presidente José Sarney. Seu vice, Onofre Quinan, governa até 1986.

Volta ao governo em 1990. Novamente não termina o mandato. Sai candidato a senador em 1994. Seu vice, Maguito Vilela, também sai candidato a governador e o governo é entregue ao deputado Agenor Resende, presidente da Assembléia Legislativa.

Em 1998, quatro anos antes do término de seu mandato de senador, Iris se candidata a governador. A idéia era que o suplente (e irmão), Otoniel Machado, assumisse a cadeira no Senado. Deu zebra. O povo votou em Marconi Perillo e Otoniel ficou sem mandato.

Naquela mesma eleição de 1998, o PMDB bateu um recorde de governadores empossados. Maguito, que tomou posse em 1995, deixou o governo para ser candidato ao Senado, assumiu o vice, Naphtali Alves, que ficou oito meses no poder, passando o bastão de chegada para Helenês Cândido ser governador por um mês.

Marcus Vinícius é jornalista e secretário de Comunicação Social da Assembléia Legislativa do Estado de Goiás

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