quinta-feira , 25 abril 2024
Goiânia

Mestre em comunicação afirma não que há motivos para Paulo comemorar crescimento de avaliação positiva

Doutorando em Sociologia, pela Faculdade de Ciências Sociais (UFG), mestre em Comunicação (2009), especialização em Marketing Político (2002) e graduado em Comunicação Social – Jornalismo (1988) pela Universidade Federal de Goiás (UFG), o professor Luiz Carlos Fernandes joga um balde de água fria nos petistas que comemoravam melhora nos índices de aprovação do prefeito Paulo Garcia em Goiânia, com a divulgação da última pesquisa Serpes de avaliação pelo jornal O Popular.

O colaborador do Diário de Goiás diz que não há motivos para comemorar e que a variação de 3,5 pontos percentuais não representa crescimento algum, já que a margem de erro da pesquisa é de 4,89 pontos percentuais.

Veja o artigo:

Crescimento equivocado

Escrito por Por Luiz Carlos Fernandes, especial para o Diário de Goiás

Publicado em 10 Abril 2013.

A notícia veiculada na imprensa no dia 8 de abril, e amplamente repercutida nas redes sociais online, de que a avaliação positiva do prefeito Paulo Garcia cresceu segundo pesquisa realizada pelo Instituto Serpes, pareceu estranha, para não dizer equivocada. Embora não tenha acessando os dados detalhados da pesquisa, os números conhecidos já são suficientes permitir tal afirmação. Se o crescimento apontado foi de 3,5 pontos percentuais – levando em conta que o prefeito de Goiânia teria saído de 33,4% na rodada anterior para 36,9% –, não houve crescimento algum, já que a margem de erro da referida pesquisa é de 4,89 pontos percentuais.

De forma mais simples, podemos dizer que os rudimentos básicos da estatística nos ensinam que margem de erro é a diferença estimada entre os percentuais encontrados na amostra e o que se dá no universo (na população). E mais, que essa margem de erro pode variar para mais ou para menos. Isso significaria dizer que os 36,9% de aprovação positiva do prefeito Paulo Garcia poderia ser também 32%. O que permitiria a uma interpretação que faria inverter a manchete do dia 8 de abril: em vez de crescimento, falaria de queda de 1,4 pontos percentuais.

Para quem quer analisar resultados de pesquisa como forma de tendência, também não há o que comemorar. Ao menos por enquanto. A recomendação dos analistas neste caso é que se faça uma comparação entre resultados de pelo menos três rodadas de pesquisa e há alguns que preferem fazer comparação em relação ao ano anterior. Se assim procedermos, será possível verificar que há cerca de um ano, manchete divulgada na imprensa sobre uma pesquisa semelhante, realizada pelo mesmo Instituto Serpes, afirmava que a avaliação positiva do prefeito Paulo Garcia havia subido de 8,9 pontos percentuais, saindo de 32,2% para 41,1%. Desta vez sim, crescendo acima da margem de erro da pesquisa, que era de 4 pontos percentuais. Assim, ao fazermos um comparativo num recorte temporal de quase doze meses – mais ou menos –, veremos que o atual prefeito já foi mais bem avaliado pela opinião pública.

Nada contra o atual prefeito Paulo Garcia, mas sim contra as interpretações equivocadas que nos levam a aceitar erradamente hipóteses falsas. Isso não é bom para o administrador, que fica de salto alto quando deveria gastar sola de sapato; nem para a população, que não consegue perceber o esforço do poder público para atender suas reivindicações. E muito menos para a democracia, que perde uma de suas principais possibilidades no modelo representativo: a de que as eleições sirvam para a seleção das melhores lideranças e que essas mesmas lideranças sejam sensíveis às vozes da rua. Ou seja, que não durma sobre os louros e se esforce cada dia mais para mostrar serviço.

Luiz Carlos Fernandes é doutorando em Sociologia, pela Faculdade de Ciências Sociais (UFG), mestre em Comunicação (2009), especialização em Marketing Político (2002) e graduado em Comunicação Social – Jornalismo (1988) pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Também possui MBA em Marketing, pela Fundação Getúlio Vargas (1999) e Pesquisa de Mercado, pela Faculdade Cambury (2006). Já foi professor universitário nas Faculdades Fasam, Cambury, Uni-Anhanguera, PUC-GO e UFG, onde lecionou matérias como Jornalismo Opinativo e Pesquisa de Mercado e Marketing Político. Tem experiência na área de Marketing Político, atuando principalmente nos seguintes temas: Gestão de Comunicação, Campanha Eleitoral, Comunicação Política, Pesquisa de Opinião. Trabalho por mais de 15 anos como jornalista em Goiânia, Brasília e Tocantins.

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