sexta-feira , 29 março 2024
Goiás

Filemon avisa Friboi: se não pedir “bença” a Iris, candidatura não prospera

Em artigo no jornal Tribuna do Planalto, o diretor de Redação do jornal, Filemon Pereira, avisa ao empresário Júnior Friboi: candidatura a governador não vai dar pé se insistir em articulação via Brasília.

Vai ter de pedir bença ao ex-prefeito Iris Rezende. Filemon sabe o que fala. Ele é unha e carne com dona Iris Araújo.

 

Veja o artigo:

 

Iris e Friboi pode dar casamento?

Filemon Pereira – Diretor de Redação

A resposta: talvez.
Há uma grande interrogação sobre o comportamento do PMDB na sucessão estadual de 2014. Certamente há espaço para convergência entre o mega empresário Júnior do Friboi e Iris Rezende, o principal líder das oposições em Goiás. Essa sintonia, porém, ainda segue distante.
De um lado, é nítido que a chegada de Júnior do Friboi faz brilhar os olhos de muitos peemedebistas e até membros de outros partidos, sobretudo aqueles que irão disputar mandato no próximo ano (leia-se, os deputados) e que sofrem com a falta de estrutura financeira comum aos candidatos de oposição.
E essa expectativa de ajuda financeira é alimentada pelo próprio Júnior do Friboi. Em conversas reservadas, o empresário cultiva muitos apoios ao garantir que irá ajudar financeiramente os candidatos de oposição.
É importante lembrar que em 2010 o que mais faltou à oposição foi dinheiro. Na época, Iris Rezende travou uma batalha equilibrada com o então senador Marconi Perillo (PSDB). Muitos avaliam que a derrota do peemedebista se deu pela diferença de estrutura das duas campanhas. A de Iris era infinitamente inferior.
Nesse sentido, uma nova candidatura de Iris Rezende não empolga aqueles que defendem a necessidade de ter estrutura de campanha a altura de confrontar Marconi, pré-candidato à reeleição e que dispõe da máquina a seu favor.
Iris voltaria a gastar pouco e, assim, as chances de nova derrota seriam consideráveis. Júnior do Friboi, ao contrário, estaria disposto a gastar o que for preciso para chegar ao Palácio das Esmeraldas. Dinheiro para isso ele tem.
Mas não há perspectiva real de sucesso eleitoral em uma candidatura de Júnior do Friboi, mesmo com farta estrutura financeira, sem um respaldo partidário forte. Por isso, o empresário busca o PMDB, que tem capilaridade política em todo o Estado.
Mesmo assim, só estar no PMDB não é garantia de vitória nas urnas. Entre os peemedebistas, quem dá as cartas é Iris Rezende. Se o ex-prefeito não empenhar-se, a chance de sucesso é nula.
Todos que romperam com Iris tiveram como caminho único deixar o PMDB. Para o peemedebista, o certo é estar ao lado de Iris em qualquer circunstância. Júnior do Friboi precisa compreender isso se quiser de fato tornar-se peemedebista.
Se tiver inteligência, Júnior do Friboi irá se ocupar em conquistar a confiança de Iris antes de anunciar-se candidato. Poderá mirar nos exemplos de Maguito Vilela, no passado, ou, mais recente, de Paulo Garcia.
Com aval do ex-prefeito, o empresário poderá ser candidato ao governo e ainda ter o próprio Iris na disputa pelo Senado. Outra hipótese, mais factível hoje, é que o empresário seja vice de Iris. O PT, certamente, respaldaria.
Uma das duas formações pode vingar, mas vai depender exclusivamente de Júnior do Friboi mudar sua estratégia. Se insistir em se viabilizar exclusivamente junto a cúpula nacional e com oferta de dinheiro aos peemedebistas, vai ter dois prejuízos: o financeiro e o eleitoral. Ou talvez nem isso.

 

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