sexta-feira , 19 abril 2024
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Elio Gaspari alerta família Batista, do grupo JBS Friboi: não esbanje tanto dinheiro

Joesley Batista, um dos administradores do grupo JBS: fortuna calcada em empréstimos do BNDES
casamento
Joesley Batista em sua cerimônia de casamento: bolsa Chanel atirada às convidadas

Caso a família Batista, da qual faz parte Júnior Friboi, queira mesmo transformar o grupo JBS em uma similar da empresa Berkshire Hathaway, do bilionário norte-americano Warren Buffett, precisam antes repensar o seu estilo de vida e frear o seu esbanjamento doentio de dinheiro. O conselho é do jornalista Elio Gaspari, que dedicou ao magnatas goianos boa parte de sua coluna publicada no final de semana.
“Se o doutor Joesley (irmão de Júnior Friboi, na foto acima) quer seguir o caminho de Buffett, alguém precisa aconselhá-lo a conhecer a vida de seu modelo”, afirma Gaspari. “Em outubro do ano passado, ao casar-se, ele jogou uma bolsa Chanel para as convidadas. Já o bilionário Buffett comprou o anel de casamento de sua segunda mulher numa loja que lhe dava direito a desconto, fez uma cerimônia de 15 minutos e foi jantar em um restaurante”.

O colunista lembra que Joesley colocou na presidência do conselho consultivo da JBS o também anapolino e ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, e disse que com Buffett acontece o contrário: são os presidentes dos Estados Unidos e do Fed (Federal Reserve) que se aconselham com ele.

“Tomando dinheiro do BNDES, a JBS deu-lhe um prejuízo escritural de R$ 2,2 bilhões. Buffett não tem BNDES a quem pedir dinheiro e na crise de 2008 socorreu o banco Goldman Sachs, investindo nele R$ 5 bilhões. Parece ter ganho um bom dinheiro”. O norte-americano lidera um bloco de investidores que acaba de oferecer R$ 24 bilhões pela fabricante de molhos Heinz, a mais famosa marca do gênero no mundo.

Júnior Friboi, braço político da família Batista: doações extravagantes de campanha
Júnior Friboi, braço político da família Batista: doações extravagantes de campanha

ELEIÇÕES
Ao contrário do irmão, Júnior Friboi escolheu a política para esbanjar dinheiro em escalas nunca antes alcançadas em Goiás. Friboi transformou-se em um dos cinco maiores financiadores de campanhas eleitorais do Estado, fato que despertou a atenção do Ministério Público para o flagrante abuso de poder econômico para fins políticos.

Friboi acalenta um sonho antigo – mas nunca compartilhado com os partidos de maior peso em Goiás – de se tornar governador. Sua inabilidade e o costume de emitir opiniões em momentos inadequados inviabilizaram projetos sucessivos, como o de participar de chapas majoritárias em disputas para o governo e para o Senado. Agora filiado ao PSB, cuja expressividade no Estado é mínima, Friboi aposta no discurso da renovação, cujo conteúdo carece de maior qualidade.