Ossami Sakamori, engenheiro civil, foi professor da UFPR, escreve artigo em que comenta a aquisição da Sedara pelo grupo JBS.
Ele diz que os irmãos Batista são beneficiários da Bolsa Empresário e que se enriquecem graças ao dinheiro do BNDES.
Veja o artigo:
JBS compra Seara da Mafrig. Operação troca-troca no BNDES.
A JBS, maior empresa de proteína animal do mundo, deve anunciar amanhã a compra da Seara, divisão de aves, suínos e de produtos processados do grupo Marfrig, segundo a Folha apurou com fontes do setor. O valor ainda não foi definido. Fonte: Folha.
Desde a abertura de capital, em 2007, a Marfrig fez cerca de 40 aquisições, multiplicando por seis sua receita. A Seara foi comprada em 2010. Mas o crescimento acelerado resultou em um alto endividamento: a dívida bruta da empresa no primeiro trimestre chegou a R$ 13 bilhões. Fonte: Folha.
Comentário.
Para quem não se lembra a JBS é uma das empresas do grupo formado pelos irmãos Joesley e Wesley Batista. José Batista Jr que era sócio, se afastou do grupo e pretende disputar o cargo de governador do estado de Goiás. O grupo é proprietário do Banco Original. O Banco Original foi entregue ao ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles para estruturação e expansão dos negócios bancários do JBS. O grupo JBS, hoje, vive basicamente às custas de financiamentos a juros privilegiados do BNDES. O grupo JBS não tem boa fama no mercado financeiro. O que destaca é que o menino Joesley Batista é conhecido esbanjador, tal qual outro menino, o Eike Batista da OGX.
A empresa Mafrig já é conhecido no mercado financeiro, especialmente na bolsa de valores, negativamente, pelo volume empréstimo tomado no BNDES mediante interferência direta do presidente Lula. Atualmente, a Mafrig encontra-se em processo de reestruturação, vendendo os seus ativos. Não se sabe ainda se o Patrimônio Líquido da Mafrig vai continuar positivo, após a reestruturação. Na Bovespa é conhecido como “mico”.
A Mafrig e JBS são clientes privilegiado do BNDES, sendo beneficiários do dinheiro subsidiado do BNDES, o Bolsa Empresário, a juros que varia entre 3% a 3,5%, segundo imprensa especializada. Muitas operações duvidosas foram feitas para as empresas citadas, objetos de investigações pelo TCU. As ligações com o Palácio do Planalto são notórias. O histórico já vem dos tempos do presidente Lula e tem continuidade na gestão da presidente Dilma. As operações de ambas empresas junto ao BNDES e BNDESpar estão totalmente blindadas, acobertadas com leis lenientes que regula o mercado financeiro.
A operação anunciada deverá ser feita com o conhecimento e apoio do BNDES e BNDESpar, uma espécie de troca de ativos pelo endividamento. Uma operação troca-troca, uma gambiarra, para tentar salvar as empresas Mafrig pela compra de ativos pela JBS, também endividada. Segundo se tem notícias no mercado, com a interferência direta do Luciano Coutinho, presidente do BNDES, obedecendo determinação do presidente Lula.
Os presidentes Lula e Dilma tem interesses envolvidos nas operações dos grupos JBS e Mafrig. Não será desta vez que eles vão deixar as empresas se sucumbirem. Pelo contrário, apesar de empresas com perfil inadequado para merecer créditos oficiais, receberão do Palácio do Planalto respaldo para toda e qualquer operação de socorro à ambas empresas, com dinheiro público, via sistema BNDES. Papel aceita tudo.
Enquanto isto, as personagens citadas, os Batistas, andam de jatinhos e iates comprados com recursos levantados para empresas, com juros subsidiados do BNDES a 3,5% ao ano. E nós pagamos a conta da diferença de custo do dinheiro capitado à taxa Selic 8% ao ano pelo Tesouro Nacional. Bobos somos nós, espertos são eles!
Ossami Sakamori, 68, engenheiro civil, foi professor da UFPR, filiado ao PDT. Twitter: @sakamori12
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