Em seu artigo nesta segunda-feira, em O Popular, a repórter política Fabiana Pulcineli volta a ser a Fabiana Pulcineli dos bons tempos: sóbria, equilibrada, sem derrapagens e objetiva, bem sintonizada com a realidade dos números e consciente de que julgamentos definitivos são imprudentes, dada a distância da eleição.
Apesar do título – “Zero a zero” – o comentário traça perspectivas favoráveis à reeleição do governador Marconi Perillo, segundo Fabiana por um detalhe muito importante: ele tem a máquina na mão, ou a “alavanca”, como costuma dizer a cronista da Folha de S. Paulo Eliane Cantanhêde quando se refere às possibilidades de recuperação da presidente Dilma Rousseff.
“Os governistas comemoraram ontem os dados e, de certa forma, até justificadamente, já que a situação poderia estar pior para um governo atingido em cheio pela crise política do caso Cachoeira, que perdeu apoio de segmentos com os quais contava, que é refém de muitos compromissos políticos e que ainda deixa a desejar nos resultados” – avalia Fabiana Pulcineli (e o blog 24 Horas chama atenção para o emprego do advérbio “ainda”, que espelha inconscientemente o impacto do início ostensivo da fase de entrega do Governo do Estado)
Mas, a jornalista afirma que a oposição é “amadora”, “dividida” e “sobretudo “incompetente”. Ao principal candidato oposicionista, Iris Rezende, Fabiana lança uma crítica devastadora: “Em evento do PMDB no mês passado, Iris fez longo discurso com ataques ao governo, mas nada apresentou de novas ideias, de soluções, de projeto. Atua ainda no velho hábito de sobrepor suas vontades e vaidades ao interesse maior do grupo, que é de voltar ao poder”.
Para Fabiana, impõe-se uma urgente “revisão de estratégias” para a oposição, que precisa deixar de lado o “ôba-ôba”.