quarta-feira , 25 dezembro 2024
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Debandada: aliados ensaiam deixar vereador na chapada

(matéria publicada no site Goiás 247: www.goias247.com.br)

O vereador Paulo Borges já foi tratado e visto dentro do PMDB goiano como uma das estrelas do partido. Agora, ele vê poucas mãos amigas estendidas em sua direção. Preso sob acusação de participar de um esquema de corrupção na Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma), Paulo Borges vê os aliados se afastarem. Ninguém se arrisca em defendê-lo publicamente. Pelo contrário.

A deputada federal Iris de Araújo – que se tornou tuiteira de mão de cheia – usou seu perfil na rede social para responder insinuações de que Borges estaria encrencado com a Justiça. “Meu legado é minha história pela ética, contra as mazelas e a corrupção. Respondo pelos meus atos”.

Dona Iris ainda continuou. “Podem vasculhar minha vida, sempre marcada pela integridade, pela honestidade. Não conseguirão me atingir por tabela”. Por hora, dentro do que já foi divulgado pelos meios de comunicação, as acusações são, notoriamente, graves e configuram quebra de decoro.

A deputada voltou à carga no Twitter para defender que seja instalada uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) para apurar a participação dos vereador nos esquemas de corrupção da Amma. Sugeriu, porém, que a Câmara apure também o envolvimento de outros vereadores com o contraventor Carlinhos Cachoeira.

A estratégia de Dona Iris é arriscada. Uma eventual CEI do Cachoeira pode, por exemplo, aprofundar nas investigações da articulação para sepultar a CEI da Delta na Câmara. Gravações reveladas pela Operação Monte Carlo mostram, por exemplo, uma forte ação do contraventor, através de seu braço direito, Wladmir Garcêz, para melar a investigação. A CEI não chegou a ser instalada, mas já tinha até presidente, o atual mandatário da Casa, Clécio Alves, afilhado de Iris Rezende, que era o prefeito à época.

O vereador Djalma Araújo (PT), colega de Câmara de Paulo Borges, defendeu publicamente que Borges seja investigado pelo Conselho de ética da Casa. “Por hora, dentro do que já foi divulgado pelos meios de comunicação, as acusações são, notoriamente, graves e configuram quebra de decoro”, escreveu.

QUE ISSO, XARÁ!?
O prefeito Paulo Garcia (PT) negou na sexta-feira o que todo mundo tinha com o certo: que Paulo Borges foi convidado a assumir a nova Secretaria de Tecnologia do Paço. Nos bastidores comentava-se que a secretaria estava sendo criada sob medida para o alido, que não conseguiu integrar o secretariado do prefeito na primeira lista.

Paulo Garcia poderia ter evitado o desgaste de agora. Já que durante a campanha eleitoral do ano passado Borges foi acionado pelo Ministério Público Eleitoral por fraude no programa Minha Casa Minha Vida em Goiás. Segundo o MPE, as irregularidades ocorriam desde a gestão de Borges na Secretaria de Habitação da prefeitura de Goiânia.

Segundo apontaram os promotores Villis Marra, Saulo Bezerra e Alice de Almeida Freire, o Ministério Público instaurou diversos procedimentos administrativos para apurar denúncias de irregularidades no programa Minha Casa, Minha Vida no período em que Paulo Borges era o secretário.

 

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