Milhares de carros aguardam pela luz verde na ponte de aço sobre o Rio Bug, na fronteira com a Polônia – é o sinal de passagem para dezenas de veículos com famílias que abandonaram a Ucrânia às pressas nos últimos dias por causa da agressão russa.
Olga, de 36 anos, deixou seu país na quinta-feira, assim que as primeiras bombas caíram. Ela contou a sua história à Agência da ONU para Refugiados, Acnur, revelando que a viagem, que geralmente dura sete horas, foi feita em três dias. Olga não estava sozinha no carro: saiu da Ucrânia acompanhada do filho de dois anos, da filha de oito anos e de uma vizinha com sua filha.
A ucraniana disse ao Acnur que foram 12 horas apenas para sair da capital, Kiev. A viagem de carro de três dias até a Polônia, com as crianças, ainda teve outras dificuldades: a falta de acesso a banheiros ou a refeições. Por fim, conseguiram chegar, mas o marido dela ficou na Ucrânia, para lutar contra os russos, e ela diz não ter ideia de como será o futuro da família.
A história de Olga é apenas uma entre dezenas de milhares: estimativas do Acnur divulgadas na segunda-feira apontam para mais de meio milhão de ucranianos que teriam cruzado as fronteiras em busca de segurança, sem contar o número de pessoas que agora estão deslocadas internamente na Ucrânia.