O presidente da Assembleia tinha terminado a última reunião da manhã quando o telefone tocou. Sua secretária queria saber se teria tempo para conversar com um diretor que tinha um assunto ‘grave’ para resolver.
Era a denúncia de um servidor, chefe de sessão, que estava desviando dinheiro nos cartões de gasolina. Irritado, o presidente mandou publicar o decreto com a demissão do larápio. A servidora que redigiu o texto tratou de avisar o ‘manda-chuva’ da Alego, um veterano de carreira, que desesperadamente entrou no gabinete pedindo pelo colega: “ele errou, não demita. Me responsabilizo por ele. Não vai fazer mais, é pai de família”. Conseguiu. O ladrão continuou no cargo. “Mas se acontecer novamente, demito sem dó”, teria ameaçado o presidente.
‘Ninguém tira o vício de cachorro que come ovo’ diz o ditado. Um novo esquema de desvio de dinheiro foi descoberto. O mesmo cidadão da gasolina estava novamente em ação, dessa vez no esquema das medalhas de mérito. O fabricante cobrava R$ 64 reais por medalha, e ‘malandro’ repassava as mesmas medalhas por mais de R$ 200 reias para a Alego. “É só multiplicar pelas milhares de medalhas distribuídas nos últimos 8 anos”, informou uma fonte na Assembleia.
Novamente o caso chegou ao presidente, que dessa vez estava decidido a colocar um ponto final na roubalheira. Foi impedido. Encantador de serpente que é, novamente veio o ‘manda-chuva’ desesperado, implorando entre lágrimas.
Estranho, não? Será que o ‘manda-chuva’ tinha participação nos lucros? Difícil responder. Mas o fato é que essas mesmas pessoas estão rodeando o presidente eleito Bruno Peixoto (UB). E se ele for esperto, escolherá a dedo seus auxiliares de primeira hora. Fica a dica.