Referência no Centro-Oeste e maior hospital da capital do país, o Hospital de Base do Distrito Federal encontra-se em situação de sucateamento.
Em 2018 o hospital passou a funcionar como instituto privado (Iges-DF). Com isso os servidores efetivos foram devolvidos e os comissionados afastados. Os contratos de novos funcionários passaram a ser selecionados e regidos pela CLT. Até aqui alguma coincidência com o que anunciaram na mudança de autarquia para privado no Ipasgo? Tem mais.
Para contratar fornecedores, as regras do Instituto Hospital de Base não precisaram mais obedecer à lei de licitações. A aquisição de materiais e a contratação de serviços passaram a serem feitas por seleção de fornecedores com regras parecidas, por meio da publicação de um ato convocatório, por exemplo, explicando o que vai ser contratado, como e por qual período. Só isso e nada mais. Tem muita gente querendo fechar contratos milionários com o Ipasgo sem a chatice de ‘licitação’.
Existem outras coincidências. Por exemplo: quem comandou o Iges-DF em 2018? Bingo: Ismael Alexandrino, pupilo de Caiado na saúde nos último governo. Foi durante a gestão do ex-secretário de Caiado que a polícia deflagrou a Operação Medusa no antigo Hospital de Base, para apurar uma maracutaia na contratação milionária de prestação de serviços de radiologia e imagem.
Essas mudança estratégica no Ipasgo descarta servidores públicos e licitações. Assim o terreno fica fértil para a proliferação de empresas laranjas, de fachada, fraudulentas, como essas que caíram recentemente em operações das polícias Federal e Civil no governo Caiado, no caso das Organizações Sociais. Está tudo escrito nas estrelas. Agora é só esperar para ver essa turma brincando com o pecado.
Cristiano Silva
G24H