Uma caminhada promovida pelo vereador Willian Veloso marca o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, em Goiânia. O evento ocorre às 9h30 de domingo (2), no Vaca Brava, no Setor Bueno. A intenção é promover a divulgação de informações sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA), além do debate de políticas públicas para o segmento e combate ao preconceito.
O evento contará com participação de autistas e familiares, de associações atuantes na causa e da sociedade em geral. Além de percorrerem a área do parque, os participantes trocarão experiências, incluindo atividades artísticas e de capoeira adaptada.
Celebrado em 2 abril, o Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo visa sensibilizar a sociedade para a ideia de que não se trata de uma doença, mas de um transtorno do neurodesenvolvimento.
Em Goiânia, além de a caminhada integrar o Calendário Oficial de Eventos, uma lei – de autoria de Willian Veloso – institui a Semana Municipal de Conscientização sobre o Autismo.
Goiás
Nesta semana, uma iniciativa do deputado estadual delegado Eduardo Prado foi aprovada em segunda votação na Assembleia Legislativa de Goiás. O projeto de lei do parlamentar institui o mês estadual Abril Azul, dedicado à conscientização sobre o TEA.
Anualmente, o referido mês contará com ações educativas divulgadas especialmente nos meios de comunicação e com a afixação de cartazes e distribuição de folhetos em órgãos públicos, realização de eventos e palestras.
Para o deputado, o conhecimento é ferramenta fundamental nessa causa.” As pessoas que estão no espectro autista precisam de garantias de direitos e oportunidades de convivência saudável. O projeto Abril Azul é uma excelente oportunidade de disseminar informações sobre o autismo”, disse.
O projeto segue agora para sanção do governador.
O que é o TEA?
Segundo a psicóloga especialista em Análise do Comportamento Aplicado (ABA) e diretora do Instituto Parque Azul, Juliana Moura, o TEA é considerado uma alteração atípica do neurodesenvolvimento de uma pessoa, que interfere especialmente na interação social e na comunicação. Aqueles que sofrem com o transtorno podem ter condutas características, muitas vezes repetitivas, que não são funcionais para comportamentos sociais e de linguagem.
Segundo ela, o TEA não tem cura, pois não é doença. Apesar disso, ela afirma que pessoas diagnosticadas com o Transtorno precisam de tratamento ao longo dos anos. De acordo com a profissional, o tratamento mais eficaz é a terapia de intervenção comportamental, aplicada por psicólogos. A mais usada delas é a terapia com uso dos procedimentos da Análise Aplicada do Comportamento (ABA), embora existam outros.
Ainda conforme a especialista, o tratamento é interdisciplinar e adequado às necessidades específicas dos indivíduos. Isso significa que, além da psicologia, pacientes também necessitam de intervenções de fonoaudiologia, terapia ocupacional, musicoterapia, entre outros.
Sintomas
Os sintomas do Autismo variam de acordo com a criança e adulto. No entanto, as dificuldades se apresentam sempre no processo de interação social, bem como na comunicação e na presença de comportamentos irregulares e/ou interesses diferentes.
Conforme Juliana, existem dois tipos de linguagem que podem ser identificadas nas pessoas com o Transtorno: a Linguagem Receptiva e a Linguagem Expressiva. Na Linguagem Receptiva, a criança normalmente não se atenta ao ser chamada pelo nome, não estabelece ou faz pouco contato visual e, por vezes, não se sustenta. Além disso, ela não obedece aos comandos simples do adulto como: senta, levanta, pega, me dá, guarda, dá tchau, entre outros.
Por outro lado, na Linguagem Expressiva, a pessoa se comunica usando a mão do adulto para obter o item desejado. Ela não aponta, tem dificuldade para elaborar um pedido, construir frases, repete o que o outro fala, produzindo assim o que os especialistas chamam de ecolalia imediata.