Foram quase três horas de depoimento. Sem seus apoiadores, o ex-presidente Jair Bolsonaro chegou por volta das 14h cercado de um forte esquema de segurança à sede da Polícia Federal em Brasília. O tenente-coronel Mauro Cid, antigo ajudante de ordens do ex-presidente, o assessor Marcelo Câmara e o ex-chefe da Receita Federal Julio Cesar Gomes também foram ouvidos.
Em 2021 o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, tentou trazer ao Brasil um conjunto de joias, avaliadas em R$ 16,5 milhões, que não foram declaradas à Receita. Ele chegou a dizer que era um presenta dado a ex-primeira dama, Michelle Bolsonaro. Como as joias não foram declaradas no Fisco, elas acabaram retidas na alfândega do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.
Nos últimos meses como presidente, Bolsonaro incorporou ao seu acervo pessoal um segundo pacote de joias composto por relógio caneta, anel abotoaduras e um masbaha. Após analisar o caso, o Tribunal de Contas da União (TCU) determinou a devolução tanto desse pacote quanto de um terceiro estojo, pois não poderiam se considerados itens personalíssimos devido ao alto valor.
No depoimento a defesa de Bolsonaro disse que ficou sabendo da existência das joias sauditas milionárias em dezembro de 2022 e que não se lembra de quem o avisou da apreensão das joias pela Receita Federal.