Uma mulher residente em Goiânia entrou na Justiça para solicitar a exclusão dos nomes e sobrenome do pai e avós paternos de seus documentos. Ela, que foi abusada pelo genitor, pretende manter apenas o sobrenome da mãe.
A requerente afirma não ter qualquer contato com o pai há mais de 15 anos e que sofreu abuso sexual quando tinha apenas três anos de idade. Por medo, nunca denunciou o crime.
Esse trauma a afetou profundamente, tendo desenvolvido transtornos de ansiedade que pioraram com o passar do tempo e começaram a afetar sua vida cotidiana. Por isso, ela passou a utilizar somente o sobrenome materno, da figura presente e afetuosa em sua vida.
Segundo a defensora pública e colaboradora do Núcleo Especializado de Direitos Humanos (NUDH) da DPE-GO, Ketlyn Chaves de Souza, o nome presente na certidão de nascimento e RG da requerente afeta diretamente a dignidade dela, trazendo más lembranças que afetam negativamente todos os aspectos da vida.
A Defensoria Pública solicitou a realização de um estudo psicossocial com a mulher, a ser conduzido pela equipe multidisciplinar do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), para avaliar sua capacidade de discernimento e as possíveis consequências da decisão.