Longe dessa época nojenta onde políticos debiloides ficam se atacando em um duelo imbecil entre bolsonaristas e esquerdistas, surgia no Brasil dos anos 60 e 70 um dos artistas mais icônicos do país, o homem que influenciou o processo de criação artística: Hélio Oiticica.
Estamos falando de um dos maiores artistas da história da arte brasileira, que morreu em 1980, ou seja, nem sonhava com a existência de Jair Bolsonaro.
Não sei se é ignorância, falta de estudo, ou se foi proposital. O fato é que o deputado Gustavo Gayer (PL) cometeu quebra de decoro parlamentar ao dar uma carteirada, agredir moralmente uma professora em Goiânia e causar sua demissão no colégio em que trabalhava. Motivo? Ela vestiu uma camiseta com a frase ‘Seja marginal, Seja herói’, de uma obra do grande Hélio Oiticica.
Sobre a obra: Hélio Oiticica frequentava a Mangueira no Rio de Janeiro de 1968. Conheceu o mundo da marginalidade. Dentro de uma lógica de transgressão de valores burgueses criou a obra marcante no movimento chamado de marginália ou cultura marginal, que passou a fazer parte do debate cultural brasileiro.
Por causa da camiseta, lembrando uma obra de Oiticica de 1968, Gustavo Gayer fez o diabo. Infernizou a vida da professora até o Colégio Expressão, em Aparecida de Goiânia, demiti-la sem justa causa. Há tempos este ‘andrajoso’ deputado, arremedo de milico, tem desrespeitado a ética e investido contra professores. Que a verdade te censure senhor Gustavo Gayer!
Não podemos admitir tamanha brutalidade. Que o senhor Gustavo Gayer retire sua ‘carteirada’ e faça bom uso na latrina moral de onde saiu. Cabe ao conselho de ética da Câmara uma ação imediata. Gayer não foi eleito para perseguir trabalhadores, promover caça às bruxas, destruir reputações, tendo como base apenas o que pensa ser correto. Quer ser político de direita, que seja. Existem muitos políticos sérios na direita brasileira. Molecagem não. Tenha decência, senhor Gustavo Gayer, ou volte para o buraco de onde saiu.
Cristiano Silva
G24H