O médico Ismael Alexandrino, atual deputado federal pelo PSD de Goiás e ex-secretário de saúde do primeiro mandato do Governo de Ronaldo Caiado (UB) – 2019 à 2022 – surpreendeu durante entrevista dada, nesta segunda-feira (7), ao programa PAPO DE GARAGEM, exclusivo no Youtube, ao atribuir a um revanchismo do atual governador do estado a deflagração da Operação “SINUSAL”, da Polícia Civil, que teve ele e o irmão como alvos.
Em janeiro de 2023, Ismael viu sua casa ser colocada como foco de busca e apreensão, enquanto seu irmão, o também médico, Daniel Alexandrino, foi preso acusado de usar “laranjas” em uma empresa que seria de sua propriedade e que atuava no setor para abocanhar contratos milionários com Organizações Sociais que atendem hospitais públicos de Goiás.
Pela primeira vez falando abertamente do assunto, Alexandrino mostrou não ter nenhuma dúvida de que tudo começou quando, ainda em busca de votos, surgiu em foto e vídeo dobrando campanha com o então candidato a senador e ex-governador, Marconi Perillo (PSDB), adversário histórico de Caiado. A situação, segundo indicou Alexandrino, enfureceu Caiado, que passou a “caçar bruxas” na saúde, com intuito de lhe retaliar.
Questionado diretamente no programa o quanto tem de relação a famigerada foto e a investida da Polícia Civil de Goiás contra si, o deputado não se intimidou em atrelar as duas coisas. “Um bocado (de relação)”, resumiu, assumindo que adotou como uma estratégia política a de ‘dobrar’ com diferentes nomes, dependendo da região do estado que estivesse.
Todavia, o eventual deslize político de Alexandrino, conforme o mesmo, não foi tolerado e acabou severamente punido pelo governador que, na ocasião, buscava a reeleição. “A partir do dia seguinte (a publicação da foto e vídeo com Marconi), os prefeitos que eu tinha apoio já foi solicitado que eles retirassem e aí começou um bocado de coisa: “vai pra secretaria (saúde) e ‘caça as bruxas'”, ilustrou.
Questionado se falou diretamente com Caiado depois de todo o ocorrido, Alexandrino disse que não teve mais acesso. “Nunca me atendeu depois. Dia desses me ligou falando alguma coisa do ministério, umas três semanas atrás, mas ficamos uns seis meses sem se falar”, detalhou. Em um dos quadros do programa, onde o entrevistado escolhe o trecho de uma música para mandar uma indireta a um desafeto, o ex-secretário, que também é amante da música sertaneja, definiu a frase “o que fez foi covardia” para novamente alfinetar Caiado.
O homem que comandou a saúde do estado durante as fases agudas da pandemia também não recuou quando questionado sobre sua relação com a primeira-dama, Gracinha Caiado. “Ela me odiava (Gracinha). A relação era cordial, eu sempre a respeitei muito. Mas se pode responder só uma das duas coisas (amava ou odiava) eu acho que odiava”, cravou, citando que a razão pode ter sido algumas vezes que ela “pedia alguma coisa e ele não conseguia atender”.
Veja no vídeo;