“Não vi nada, não sei de nada”, são palavras conhecidas na política. Lula (PT) já usou e a direita sempre usou isso para atacar o Partido dos Trabalhadores. Pois é, agora foi a vez de Bolsonaro (PL) usar “ene, a,o,til” mais de 50 vezes. Além de adicionar o ‘nunca’ nas negatigativas.
Após cerca de 3h30 de depoimento, o ex-presidente deixou a sede da Polícia Federal (PF), no centro de Brasília. Bolsonaro foi ouvido nesta terça-feira (16) a respeito da adulteração em seu cartão de vacinação e de sua filha menor de idade. A PF investiga o caso na Operação Venire. No final da tarde, o ex-presidente deixou o prédio da PF em um carro preto, sem parar para dar declarações.
“Nunca e não” de Bolsonaro
Na Polícia Federal, Bolsonaro disse que nunca determinou a inserção de dados falsos de que estivesse vacinado no ConecteSUS. Declarou que o tenente-coronel e ex-ajudante de ordens Mauro Cid gerenciava sua conta no ConecteSUS. Disse que Mauro Cid nunca comentou como obteve os certificados de vacinação e sequer comentou sobre os certificados. Bolsonaro disse que nunca emitiu certificado de vacinação e não sabia como fazer isso.
Sobre a emissão de um certificado por seu usuário no dia 22 de dezembro de 2022, às 8h, do Palácio do Planalto, disse que dificilmente estaria no local. Voltou a dizer que jamais tomou vacina contra a Covid-19, por isso, não teria motivo para emitir certificado de vacinação pelo sistema. Afirmou não saber quem quem gerenciava a conta de sua filha no sistema. Que Não repassou orientações a Barros sobre movimentos antidemocráticos. Declarou que não lhe foi comentado sobre mensagem de áudio de Barros a Mauro Cid dizendo que ele sabia que mandou matar a ex-vereadora Marielle Franco.