Uma operação deflagrada pela Polícia Civil na manhã desta sexta-feira (26) mira médicos que cobravam de pacientes por cirurgias ofertadas pelo SUS. Segundo a corporação, seis médicos e funcionários públicos por equiparação de um hospital particular conveniado ao Sistema Único de Saúde são investigados pelos crimes ocorridos entre 2014 e 2016. A ação policial de hoje cumpre oito mandados de busca e apreensão contra os envolvidos nos delitos.
As investigações revelaram que os suspeitos exigiam a cobrança indevida de valores, em caráter particular, para realização de partos cesarianos em pacientes de baixa renda internadas pelo SUS. A cobrança variava entre R$ 1.800 e R$ 2.800, parcelados ou não, mas com quitação total na data do parto, para realização do procedimento e acomodação posterior em leitos de enfermaria.
Constatou-se, ainda, a exigência do pagamento de valores de pacientes carentes internados pelo SUS para realização de procedimentos cirúrgicos de angioplastia coronária, com a colocação de “stent” farmacológico.
De acordo com o apurado, o paciente era encaminhado pela rede municipal de saúde, com a autorização de internação hospitalar já expedida pela rede pública, para tratamento de arritmia no hospital conveniado. Na sequência, o médico investigado informava para o paciente que o SUS não cobria a colocação de “stent” farmacológico, e cobrava valores para realização do procedimento.
As investigações se fundamentaram em um total de 10 auditorias da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia e uma da Secretária Estadual de Saúde. Até o momento foram ouvidas 216 vítimas, que confirmaram os fatos investigados. Ao todo, foram catalogadas o total de 606 vítimas, que também serão ouvidas até o final da investigação.
O produto do crime auferido com as cobranças indevidas pode passar de R$ 1 milhão em valores corrigidos atuais.