Representantes da força-tarefa do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que, nesta semana, inspecionou presídios em Goiás e relatou a existência de tortura, choques elétricos e prática sistematizada e normalizada de maus-tratos. Segundo o relatório, medo e ameaça constantes são métodos do governo Caiado nas unidades prisionais. Veja:
32. Não obstante a importância e a gravidade dos pontos acima pautados, relatos e evidências mais contundentes na inspeção dos estabelecimentos prisionais do estado de Goiás decorreram da constatação de prática sistematizada e normalizada de maus-tratos.
33. As inspeções do Conselho documentaram diversas pessoas com feridas visíveis, algumas delas isoladas da população prisional. Houve relatos sobre salas destinadas à prática de tortura em grande parte dos estabelecimentos prisionais. Produziram-se fotos de hematomas, marcas de tiro de borracha e de choques elétricos. Também foram analisados procedimentos administrativos decorrentes do encaminhamento desses casos, quando relatados. Constatou-se, ainda, a transferência recente de várias pessoas que alegaram haver sofrido tortura e maus-tratos, durante o transcurso da própria Inspeção.
35. O “procedimento” foi sobretudo percebido não como disciplina, senão como um método de governo através do medo e ameaça constantes nas unidades prisionais e fora delas, tendo advogados e defensores de direitos humanos denunciado agressões, ameaças ou dificultação do seu trabalho por parte de atores do sistema prisional.