O presidente do Corinthians, Duílio Monteiro Alves, anunciou que o clube irá “repensar” sua relação com as torcidas organizadas. A declaração foi feita durante uma entrevista coletiva após a vitória da equipe sobre o Santos, em um jogo que teve seu encerramento antecipado devido a bombas lançadas ao gramado por parte de torcedores santistas.
No Brasil, com algumas exceções, as torcidas organizadas costumam receber apoio de dirigentes, muitas vezes por medo de enfrentarem a oposição dessas facções, como se fosse uma extorsão velada. Em momentos de crise, as portas do clube são abertas para os líderes dessas torcidas, mesmo sem terem qualquer conhecimento técnico, para cobrarem jogadores e treinadores. Essa relação, no entanto, frequentemente resulta em ameaças, intimidações, vandalismo, abordagens em hotéis, aeroportos e locais de treinamento. O clube acaba sofrendo prejuízos enquanto as torcidas organizadas se beneficiam, tornando-se verdadeiras empresas paralelas que exploram a própria marca do clube para obterem recursos financeiros.
Os protestos ocorridos na terça-feira, que impediram a delegação corintiana de se hospedar em Santos e a obrigaram a retornar à capital, somados aos rojões e outros objetos atirados pelos torcedores santistas durante o clássico de quarta-feira, na Vila Belmiro, levaram o clube a considerar uma mudança de postura. “Precisamos repensar tudo isso. O Corinthians também vai repensar a sua relação com as torcidas organizadas. Vamos conversar internamente para definir qual caminho seguir”, afirmou o presidente do Timão.