O ator, diretor e dramaturgo Zé Celso faleceu nesta quinta-feira (06), aos 86 anos, em São Paulo. Ele estava internado na UTI do Hospital das Clínicas após ter 53% do corpo atingido por queimaduras devido ao incêndio ocorrido no próprio apartamento, na última terça-feira (4).
Legado
Zé Celso estudou na Faculdade de Direito do Largo São Francisco e participou do Centro Acadêmico 11 de Agosto, integrando o núcleo de estudantes que fundou o Grupo de Teatro Amador Oficina.
Os primeiros textos – “Vento Forte para Papagaio Subir” (1958) e “A Incubadeira” (1959), ambos autobiográficos – foram montados pela companhia, sob direção de Amir Haddad. Em 1962, o grupo passou por um processo de profissionalização e dedicou-se a montagens realistas. Uma de enorme projeção foi “Pequenos Burgueses”, do russo Máximo Gorki.
A antológica montagem de “O Rei da Vela”, de Oswald de Andrade, foi um dos maiores trunfos de Zé Celso Martinez. O texto, escrito na década de 1930, chegou a ser considerado impossível de ser colocado em cena devido à verborragia anárquica e espírito transgressor. Por outro lado, encaixou-se perfeitamente como voz da rebeldia dos anos 1960.
Zé Celso deixa o marido, Marcelo Drummont. Os dois se casaram recentemente, no dia 06 de junho de 2023, após 37 anos de união.