Pecuarista, criador de gado e cavalos, Henrique Prata é um velho amigo de Caiado. A relação entre os dois começou nos idos de 1980, nas bases da antiga União Democrática Ruralista (UDR), criada pelo governador goiano e presidida pelo fazendeiro em Barretos, interior de São Paulo.
A fortuna de Prata foi ajuntada nos negócios da família, fazendas e hospitais. A revista Dinheiro Rural informou que em 2008 ele era dono de 6 fazendas: duas em São Paulo, uma em Mato Grosso do Sul e três em Mato Grosso. A principal atividade é a pecuária de corte: cria, recria, engorda e criação de cavalos quarto-de-milha.
Prata é o ‘chefe’ da Organizações da Sociedade Civil (OSC) que sem licitação está abocanhando R$ 2,391 bilhões do dinheiro público em Goiás para construir e manter o Hospital do Câncer.
Para fugir do tráfico de influência; entidade do amigo levando vantagem no negócio com o poder público graças ao velho ‘elo’ entre os dois; Caiado deu um jeito de transformar seu fiel correligionário político em lei.
Sancionada no ano passado, a lei 21.642 autorizou o governador a repassar essa verba bilionária exclusivamente a OSC do seu parceiro político e sem licitação. A finalidade: construir e gerir o Hospital do Câncer por 12 anos.
Consultamos um especialista no assunto para saber quanto custaria a obra. Ele foi direto ao ponto: “o Hospital (CORA) é do mesmo tamanho do Hospital da Criança e do Adolescente, (antigo do Servidor), a obra deve custar R$ 100 milhões, para equipar mais R$ 100 milhões. Temos a despesa de R$ 200 milhões”, disse.
Além de ganhar o terreno, o Hospital e mais R$ 2,191 bilhões para administrar o negócio, a Fundação Pio XII, presidida pelo ‘compadre político’ de Caiado, Henrique Prata, terá direito a verba do governo federal do SUS por cada um dos pacientes goianos atendidos. Ou seja, dois pagamentos pelo mesmo objetivo. Um negócio da China, de irmãos. Sem dúvida, o maior tráfico de influência legalizado da história de Goiás.
A pergunta final é: será que depois do governo, a relação entre Prata e Caiado será apenas de uma velha amizade?
*Dedicado ao senhor Diogo Albernáz Rezende e ao seu mandante.