quinta-feira , 26 dezembro 2024
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Executores monitoravam Marielle Franco antes do crime

A vereadora Marielle Franco, assassinada no dia 14 de março de 2018, no bairro do Estácio, região central do Rio de Janeiro, vinha sendo monitorada desde agosto de 2017, ou seja, sete meses antes do crime. A informação é do ex-policial militar Élcio Queiroz em delação à Polícia Federal e ao Ministério Público do Rio de Janeiro.

O carro foi visto próximo à Casa das Pretas, na Rua dos Inválidos, na Lapa, centro do Rio de Janeiro, onde a vereadora estava participando de um encontro. O delegado disse que foi comprovada a versão sobre a vigilância do local apresentada por Élcio, ao informar que durante todo o trajeto desde a saída de casa até o centro do Rio, Ronnie estava no banco da frente do veículo, mas chegando ao local, com auxílio do Élcio, foi para o banco de trás, se equipou e permaneceu ali “fazendo a vigilância da vítima”.

Além de confessar a sua participação no crime, Élcio apontou o também o ex-policial militar Ronnie Lessa como autor dos assassinatos. “A partir da saída de Marielle, de Anderson e da Fernanda, ambos seguiram no Cobalt, emparelharam, e todos sabemos o que aconteceu. A rota de fuga ele detalha com minúcias: seguiram pela Leopoldina, pegaram o acesso à Avenida Brasil, dali foram para a Linha Amarela, desceram na última saída da Linha Amarela em direção ao Méier”, revelou.

Já no bairro da zona norte, Ronnie Lessa interfonou para o seu irmão Dênis Lessa, na casa dele. Os dois entregaram os equipamentos utilizados no crime e Ronnie pediu ao seu irmão que chamasse um táxi. “É aí o nosso elemento de corroboração mais efetivo, mais contundente. Conseguimos junto à cooperativa de táxi o rastreamento dessa corrida de ambos do Méier até a Barra da Tijuca, local o qual embarcaram novamente”, disse, acrescentando que ali os dois ativam os seus celulares. “Basicamente esta foi a dinâmica do crime no dia 14 de março de 2018”.

Pesquisas

Dois dias antes do crime, Ronnie Lessa fez pesquisas em uma empresa privada de dados do CPF da Marielle e de sua filha Luyara. O delegado Catranby disse que esse fato ainda não tinha aparecido nas investigações, até agora, e quando apresentado a Élcio Queiroz contribuiu para ele fazer a delação. Outro fato, conforme o delegado, que incentivou a colaboração, foi o depoimento da mulher de Ronnie Lessa, que indicou que nem o marido e nem Élcio estavam na residência do casal, o que contrasta com as versões dos dois à Justiça.

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