terça-feira , 19 novembro 2024
Opinião

(Opinião) Caiado e o caroço – é para acabar

“A sua piscina está cheia de ratos. Suas ideias não correspondem aos fatos – Cazuza”

Um aposentado de 66 anos reclama do descaso com a saúde pública em Goiás. Ele sofre com hérnia abdominal e espera há mais de 4 anos por uma cirurgia. A doença só se agrava. O governo Caiado não faz nada. O idoso se sente morrendo a míngua. Ele não passa de mais um na maior fila de pacientes do país, com 125.984 pessoas esperando por cirurgias.

No palácio do governo Caiado, a liga ‘cangaço justiceiro’ se reúne. Estão preocupados, precisam desviar o foco dessa ‘maldita’ fila. “Se pelo menos morresse metade dessa pobreza”, diz um velhaco.

Finalmente alguém teve uma ideia (de jerico) aproveitável.

“Isso, bravo!”, o governador tem brilho nos olhos, sente os culhões vivos.

“O pequi! Vamos beatificar o pequi. Rápido, papel, caneta e tome nota ‘dona Engraçadinha’:

1 – falar com o Papa; precisamos de uma manifestação vinda de Roma. Mandem pequi sem espinho e no bilhete: ‘Caiado que fez’, ah e em letras garrafais.
2 – Comuniquem o assessor do presidente dos Estados Unidos e aproveitem para mandar um e-mail a NASA.
3 – Selecionem três servidoras, as mais lindas da casa, e coloquem para comer pequi. Queremos ouvir o depoimento de cada uma sobre os sabores. e Finalmente…, finalmente…., falta algo!”, diz o governante.

Do alto do Paranaíba surge o grito de um matuto: “uma pratada de pequi, uai”. Os olhos se viram para o incauto e ele continua: “uma baita pratada. Num é pratadinha não. Dessas pratadas que até o Guinness Book seja contratado para contar os caroços, medir a panela, e colocar no livro dos recordes: ‘Caiado é o maior fazedor de pequi da história de Goiás’, governador ‘ninhum’ fez mais pelo o pequi do que ele”, termina.

Silêncio no ar. Até que o grito sai do peito do chefe: “Isso! Minha nossa Senhora, Jesus, Maria e José, finalmente a grande ideia”, gostou. Aplaudiu. Vibrou. Mandou comunicar a imprensa sobre o dia do pequi. Teve festa no cangaço.

Quatro tiros cortam o silêncio da madrugada. Costas, nuca, perna e cabeça. “Preparem mais um confronto e comuniquem a imprensa”.

Acordei. Goiânia, 30 de agosto. São 4h30 da manhã.

Cristiano Silva
G24H

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