O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) manifesta-se radicalmente contra a liberação do porte e uso da maconha no Brasil. Em julgamento no Supremo Tribunal Federal, em debate no Congresso Nacional e já defendida em moção do Conselho Nacional de Saúde, a liberação do porte de maconha para consumo pessoal é uma ameaça grave à saúde pública, defende o Conselho.
O Cremego argumento que estudos científicos demonstram que não há dose de consumo segura e que o uso da maconha está associado a uma série de efeitos adversos à saúde, incluindo prejuízos cognitivos, riscos respiratórios e implicações psiquiátricas significativas.
O Conselho ressalta ainda que a literatura médica estabelece uma associação sólida entre o uso de maconha, especialmente em idades jovens, e o aumento no risco de desenvolvimento de esquizofrenia – uma grave doença mental, que afeta o pensamento, a percepção e o comportamento – em indivíduos geneticamente predispostos.
O aumento do quadro depressivo entre os brasileiros, o crescimento alarmante dos índices de suicídio entre a nossa população e as deficiências na assistência à saúde mental no Brasil já são motivos mais do que suficientes para a rejeição de qualquer proposta de legalização da droga no País.
Essa proposta está na contramão do momento que vivemos e que exige a proteção da população, a melhoria dos serviços de saúde e a conscientização dos brasileiros sobre o autocuidado e, não, o aceite da introdução na sociedade de mais uma substância com risco comprovado.
Apelos de pequenos grupos envoltos em interesses escusos não podem justificar a adoção de uma medida que ameaça o futuro do País.
Portanto, diante das evidências acumuladas sobre os riscos da maconha para a saúde mental e física da população, conclamamos as autoridades competentes a considerarem cuidadosamente as implicações desta substância antes da tomada de decisões relacionadas à liberação de seu porte e uso.