terça-feira , 18 fevereiro 2025
Notícias

CCJ do Senado aprova projeto do Marco Temporal de terras indígenas que o STF já decidiu ser anticonstitucional

Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) realiza reunião com 13 itens. Destaque para o PL 2.903/2023, que estabelece a data da promulgação da Constituição Federal como marco temporal para a regularização de terras indígenas Em foco, à bancada, deputada Célia Xakriabá (PSOL-MG) exibe cartaz: "Não derrube árvores, derrube o PL 2.903/2023". Mesa: senador Laércio Oliveira (PP-SE); presidente da CCJ, senador Davi Alcolumbre (União-AP); deputado Augusto Coutinho (Republicanos-PE); vice-presidente da CCJ e relator do PL 2.903/2023, senador Marcos Rogério (PL-RO). Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Nesta quarta-feira (27), a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal aprovou o projeto de lei que institui o Marco Temporal para a demarcação de terras indígenas. O projeto, de autoria da Câmara dos Deputados e identificado como PL nº 2.903/2023, recebeu 16 votos favoráveis e 10 contrários na CCJ. Agora, o texto segue para análise e votação no plenário do Senado.

O relator do projeto na CCJ, senador Marcos Rogério (PL-RO), na leitura de seu parecer, confirmou a posição da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA), que apoiou o Marco Temporal, fixando como parâmetro para determinar a existência de ocupação indígena a data da promulgação da Constituição Federal, em 5 de outubro de 1988.

O Marco Temporal, estabelece que somente as terras indígenas ocupadas até a data da promulgação da Constituição Federal podem ser demarcadas. Nele para que uma área seja considerada “terra indígena tradicionalmente ocupada”, será necessário comprovar que, em 5 de outubro de 1988, ela estava sendo habitada pela comunidade indígena de forma permanente e utilizada para atividades produtivas. Críticos do projeto e líderes de comunidades indígenas consideram-no inconstitucional, argumentando que os direitos indígenas são considerados direitos originários, ou seja, existem desde antes da formação do Estado.

A aprovação do Marco Temporal pelo Senado vai na contramão de uma recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Na última quinta-feira (21), os ministros derrubaram a tese jurídica que restringia os direitos dos povos indígenas apenas às terras que ocupavam ou reivindicavam até a data de promulgação da Constituição Federal. A votação no STF resultou em 9 votos a favor e 2 contra essa tese.

Além disso, nesta quarta-feira, o STF também irá decidir como aplicar as regras de demarcação de terras indígenas, incluindo questões como pagamento de indenizações, responsabilidade do poder público e a ampliação de áreas indígenas.

Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Artigos relacionados

Notícias

Goiás violento: homem é espancado e tem corpo jogado em lago de Bela Vista

Homicídio Um homem, de 49 anos, foi morto após ser espancado e...

Notícias

Câmara de Goiânia, no ritmo da Alego, depois de aumento de regalias, quer criar 40 novos cargos de chefia

Proposta • A mesa diretora da Câmara Municipal de Goiânia apresentou um...

Notícias

Homem que anotava mortes das ex-namoradas é condenado a 28 anos de prisão pelo Tribunal do Júri de Goianira

Condenação • Tribunal do Júri de Goianira condenou o ambulante Jesus Pereira...