“Ronaldo Caiado (UB), descobriu que é possível criar uma lei em nome de uma causa nobre para desviar dinheiro público”, é o que adverte Marconi Perillo (PSDB).
A lógica na cabeça do governo é: quem ousará contestar a construção de um hospital que vai cuidar de pacientes do câncer? Se alguém fizer isso, é só dizer que a pessoa é contra um projeto importante.
Valendo-se do CORA, o tal Hospital, Caiado está pagando uma quantia ao seu compadre político de União Democrática Ruralista (UDR), o criador de gado, Henrique Prata, uma bolada que daria para construir 10 hospitais duas vezes maiores do que o que está levantada.
Caiado celebrou um Termo de Colaboração, que já começou a ser pago, de R$ 2.391.914.945,21 (dois bilhões, trezentos e noventa e um milhões, novecentos e quatorze mil, novecentos e quarenta e cinco reais e vinte e um centavos) com a Organização da Sociedade Civil (OSC) Fundação Pio XII.
No dia 7 de fevereiro o governo empenhou R$ 60 milhões desse montante na conta da Organização Social. No dia 12 de abril foram empenhados mais R$ 19,5 milhões.
Em 2015 o governo Marconi Perillo entregou a obra do Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira, Hugol, com 510 leitos. A obra custou R$ R$ 168 milhões de reais, valor 14 vezes menor do que este que Caiado começou a enfiar em uma OS(C) sob o argumento de construir um Hospital do Câncer.
Esta é a principal denúncia do ex-governador. “Sou a favor da construção de qualquer hospital, mas sou contra a roubalheira. Esses R$ 2 bilhões dariam para construir 20 hospitais do tamanho do Hospital do Servidor, hoje Hospital da Criança e do adolescente. O que a oposição quer discutir não é a obra em si, mas o que estão fazendo com o dinheiro público na obra”, disse Marconi Perillo.
Com a lei, totalmente ilegal, que Caiado aprovou na Assembleia, a Organização Social de Henrique Prata poderá torrar os R$ 2 bilhões sem licitação, sem satisfação, sem fiscalização. A obra, que é uma causa nobre, também é a maior maracutaia já vista com o dinheiro público em Goiás.