A Agência Pública informou nesta terça-feira (24) que Caiado (UB) colocou sob sigilo a compra de um equipamento israelense de espionagem. Segundo o jornal O Popular, a brincadeira custou R$ 15,3 milhões de reais aos cofres goianos.
A reportagem assinada pelos jornalistas Caio de Freitas Paes, Rubens Valente e Laura Scofield, trouxe à tona a falta de transparência sobre a utilização do equipamento por parte de quatro governos estaduais no Brasil. Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso e São Paulo, se recusaram a fornecer quaisquer informações sobre os contratos estabelecidos com a empresa israelense Cognyte.
Como o Goias24horas antecipou o ‘gabinete do ódio’ tem usado o programa ‘espião’ para rastrear adversários políticos e jornalistas em Goiás.
Caiado (UB), fez pior, ao ser questionado sobre o uso dessa ferramenta pelo portal “A Pública” se recusou a fornecer informações e decretou sigilo sobre o contrato que existe desde 2020, com um período de confidencialidade de 5 anos, no mesmo dia em que a solicitação de esclarecimentos foi feita pelos jornalistas.
A reportagem buscou amparo na Lei de Acesso à Informação (LAI) para solicitar detalhes sobre todos os contratos relacionados à Cognyte. O único governo estadual que forneceu todas as informações foi o do Pará.
O tema veio à tona recentemente após a deflagração da Operação Última Milha pela Polícia Federal (PF). A investigação tem como alvo o uso de software da Cognyte pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para fins políticos no governo Bolsonaro. E acabou por ser revelado que a empresa israelense estendeu sua presença no poder público brasileiro ao firmar contratos que totalizam pelo menos R$ 57 milhões com nove estados do país, de acordo com informações publicadas nos Diários Oficiais dos Estados.
O foco das preocupações gira em torno do programa “First Mile”, que, segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (Abimde), tem a capacidade de rastrear aparelhos móveis, incluindo telefones celulares, em tempo real. Essa possível utilização indiscriminada da ferramenta levanta questões sobre a invasão de privacidade dos cidadãos sob vigilância, perseguições e vingança.