Em dezembro de 2019, durante uma sessão da Câmara Municipal de São Paulo, o vereador bolsonarista Adilson Amadeus (à época no DEM, partido que deu origem ao União Brasil), tentou colocar em votação um projeto de lei de sua autoria, que trazia restrições a motoristas de aplicativos.
Seu colega, Daniel Annenberg (PSDB), votou contra a inclusão do PL na pauta. Indignado, Amadeu chamou o colega de “judeu filho da puta” e “judeu bosta”.
No dia seguinte, o réu foi até a tribuna e pediu desculpas à comunidade judaica. Em juízo, ele confessou o delito. Ainda assim, a vítima decidiu ir adiante com o processo.
Não basta dizer que se arrependeu
Se não bastasse a primeira encrenca, no ano seguinte, 2020, Amadeu gravou um áudio no WhatsApp em 2020 sobre o Hospital Albert Einstein. Ele disse:
“(…) que é uma puta duma sem vergonhice, que eles querem que quebra todo mundo, pra todo mundo ficar na mão, do grupo de quem? Infelizmente também os judeus, quando eu até tô até respondendo um processo, porque quando entra Albert Einstein, grupo Lide é que tem sem-vergonhice grande, grande, sem-vergonhice de grandeza, de grandeza que eu nunca vi na minha vida”, comentou.
Neste sábado (28), a juíza Renata William Rached Catelli, da 21ª Vara Criminal de São Paulo, sentenciou Amadeu a 2 anos e 6 meses de reclusão em regime inicial aberto por crime de racismo.
“Não basta dizer que se arrependeu de ter proferido palavras racistas e pedir desculpas se, em um intervalo curto de tempo, a pessoa volta a agir da mesma forma!”, disse a juíza, que determinou que o vereador perca sua função pública. Amadeu tem o direito de recorrer.