“Vejam nos jornais a quantidade de confrontos e ninguém leva um tiro. Morrem quatro, cinco e seis, ninguém [da PM] leva um tiro e isso não é por preparo, nós sabemos o porquê”.
Além de punir o desembargador Adriano Roberto Linhares Camargo por ter liberdade de opinião, o que o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás vai fazer com a informação levantada por ele ? Vai ignorar?
Ter acesso a informação é diferente de ação. Todos sabem qual era o assunto em questão quando quase sem querer o magistrado deixou-se expressar pelo fim da Polícia Militar. Quem vai colocar o dedo nessa ferida?
Para a comodidade dos poderes, seria melhor se ele não tivesse falado a palavra ‘acabar’, que trocasse por ‘reciclar’. Aliás, essa parte pouco importa, pois a PM não deixou, nem vai deixar de existir porque o desembargador fez um comentário.
Houve uma cortina de fumaça criada pelo governador Ronaldo Caiado para tirar o foco da questão: a polícia militar está exagerando nas mortes? Se está, como vamos mudar essa realidade?
A Polícia Militar, patrimônio dos goianos, merece respeito. Mas o que está errado não pode continuar no erro. Temos: uma informação e perícias feitas pela polícia científica. Por que não apurar os fatos envolvidos? Se for verdade, que o erro seja corrigido. Se for mentira, que o desembargador seja apontado por propagar desinformação. Qual o medo da verdade?
Um fato nessa história é interessante: depois do desabafo do desembargador Adriano Roberto Linhares e de todo barulho causado pelo governador, estranhamente os ‘confrontos’ sumiram das paginas policiais.
