Por 20 dias, o Brasil acompanhou o cerco policial a Lázaro Barbosa, suspeito de quatro assassinatos, três tentativas de homicídio, três invasões e dois incêndios.
A caçada tomou proporções gigantescas, mais de 270 policiais envolvidos de diferentes forças, helicópteros, cães farejadores e a estimativa de um gasto de mais de R$ 19 milhões de reais.
Lázaro foi assassinado por agentes da Polícia Militar, levou uma saraivada de tiros, apareceu carregado feito ‘bicho’, com o corpo exposto em uma operação cinematográfica.
O discurso do governador Ronaldo Caiado estava escrito com sangue. Nos bastidores do governo repetiam: “bandido bom é bandido morto” e “CPF cancelado”.
Lázaro era um pé rapado. De família pobre. Produto de um meio violento. Matou e morreu.
Chacina política de Anápolis
Naquele mesmo mês de julho de 2021, se iniciava uma série de 8 assassinatos políticos, uma chacina, para ‘limpar’ a honra do governo.
No dia 23 Fábio Alves Escobar Cavalcante, 38 anos, um dos coordenadores da campanha do governador Ronaldo Caiado (UB) em 2018 na cidade de Anápolis foi morto. Anteriormente ele rompeu com o governo eleito e passou a denunciar corrupção.
Outras 7 pessoas foram mortas para encobrir a morte de Fábio, incluindo uma mulher grávida. Os executores são todos policiais militares, presos na Operação Tesarac.
Na cena desse crime aparece o nome do primo do governador, Jorge Caiado, que teria feito uma ‘ficha’ de Fábio Escobar e depois ajudado o mandante a procurar quem topasse a ‘empreitada’.
O suposto mandante se chama Carlos César Savastano Toledo, conhecido como Cacai, amigo íntimo de Ronaldo Caiado, está foragido assim como Lázaro Barbosa se escondeu na mata em 2021. Embora seu suporto crime seja mais grave do que o de Lázaro, com o dobro de mortes, ele não é caçado como ele foi.
Cacai é branco, rico, bebeu no cálice do poder e é amigo do governador Ronaldo Caiado. Se realmente for o mandante da chacina, é tido em alta estima, pois fez para defender a honra do governo.