Dados do Ministério do Trabalho indicam que Goiás é o estado que mais tem trabalhadores em condição análoga à escravidão no Brasil em 2023. Para se ter ideia, cerca de 729 trabalhadores foram resgatados entre janeiro a novembro deste ano.
Entre as irregularidades encontradas pela fiscalização, havia a cobrança pelos aluguéis dos barracos usados como alojamentos. Outro destaque foi o não fornecimento de alimentação e cobrança pelo fornecimento de ferramentas de trabalho pelos empregadores.
Família Caiado e o trabalho escravo
O pecuarista Emival Ramos Caiado Filho, primo de Caiado, é figura carimbada na lista suja de trabalho escravo no Brasil. Ele foi denunciado por confiscar carteiras de trabalho, descontar dos salários valores referentes à comida que servia aos seus empregados, obrigá-los a jornadas de até 13 horas diárias sem descanso semanal e oferecer como abrigo barracões sem energia elétrica, banheiro ou camas.
Alvo da fiscalização em 2010, Emival Caiado foi condenado administrativamente pelas ilegalidades em outubro de 2014. Desde então empreende uma batalha jurídica para retirar seu nome do registro. Mas em maio de 2022 o nome de Emival Ramos Caiado Filho voltou a lista suja dos empregadores que submeteram trabalhadores à condição análoga à escravidão no Brasil.
