Waldomiro Bariani Ortêncio, um dos principais nomes da produção cultural de Goiás, morreu na tarde desta sexta-feira (15) de dezembro, em Goiânia, aos 100 anos de idade. Ele tratava de um AVC (Acidente Vascular Cerebral), sofrido no ano passado. Barini estava em casa, cercado pela familia.
O velório está previsto para as 6h desta sábado, 16, na capela do cemitério Jardim das Palmeiras. Bariani era escritor, folclorista e compositor. completou um século de vida em julho deste ano. Bariani sofreu um AVC no carnaval de 2022. Desde então recebia visitas de amigos e familiares em casa.
Paulistinha, como era chamado o jovem Bariani, foi goleiro campeão no Atlético em 1944. Ele era também alfaiate e por isso costurou as faixas de campeão do time naquele ano. O depoimento está no documentário dirigido por Cristiano Silva, editor do G24H, chamado Atlético de Todos os Tempos.
Homem simples, de riso fácil, meio mineiro, meio goiano, Bariani não era de cultivar ostentação, embora deixe um enorme legado, entre livros, causos e grande conhecimento da cultura popular, se portava com naturalidade. Foi dono do famoso bazar Paulistinha. Seu filho, Cláudio é um dos donos do bar Glória, setor Oeste em Goiânia.
Amigo íntimo de Guimarães Rosa, o mineiro que dizia: “junto dos bão a gente fica mió,” Bariani ficou famosa na TV com os ‘dedos de prosa’ no programa Frutos da Terra.
Nascido Igarapava, uma pequena cidade margeada pelo Rio Grande, divisa entre São Paulo e Minas, ele saiu aos 15 anos de lá com a família Ortencio para tentar a vida na então nova capital de Goiás.
Publicou seu primeiro livro em 1956, “O que foi pelo Sertão”, pelo qual recebeu o prêmio Americano do Brasil por parta da Academia Goiana de Letras, instituição que o aceitaria como membro para a cadeira n.º 9.
Como compositor, é autor de inúmeras músicas, e teve suas primeiras composições gravadas a partir de 1957, por diversos intérpretes, como Irmãs Santos, Duo Paranaense, Trio da Vitória, Duo Estrela D’Alva e Duo Guarujá, entre outros. Em 1960, por ocasião da inauguração da nova capital do Brasil (em 21 de abril de 1960), a Orquestra e Coro RGE gravou a marcha “Brasília Vinte e um de Abril”, de sua autoria exclusiva, e, no mesmo disco, a marcha “Brasília a Capital da Esperança”.
Era casado com Ana Silva de Moraes, com quem teve seis filhos, três mulheres e três homens.
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