Fato
• Dois pacientes que receberam órgãos de doadores testaram positivo para HIV, apesar de não terem o vírus antes das cirurgias. O caso foi descoberto após a manifestação de sintomas neurológicos em um dos transplantados no início de setembro, no estado do Rio de Janeiro.
• O paciente que apresentou o primeiro caso recebeu um coração no final de janeiro, e ao refazer todo o processo, foi detectado um erro em dois exames feitos pelo PCS Lab Saleme, que haviam indicado resultados negativos para HIV.
A contaminação
• Em janeiro, rins, fígado, coração e córnea foram doados pelo mesmo doador. Todos os órgãos, segundo o laboratório, foram inicialmente considerados não reagentes para HIV.
• Uma amostra do material biológico do doador foi armazenada e, após nova análise pela Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ), foi constatada a presença do HIV. Receptores dos rins também testaram positivo para o vírus, enquanto a pessoa que recebeu a córnea, menos vascularizada, deu negativo.
• A pessoa que recebeu o fígado morreu pouco depois do transplante, mas o falecimento foi atribuído ao estado grave anterior à cirurgia e não ao HIV.
• Outro paciente, transplantado em maio, também testou positivo para HIV no início de outubro após apresentar sintomas neurológicos. Cruzando os dados, as autoridades identificaram um segundo erro de teste.
Medidas
• A secretária estadual de Saúde, Cláudia Mello, anunciou que, a partir de 13 de setembro, todos os exames de sorologia de doadores estão sendo transferidos para o Hemorio, unidade de saúde estadual responsável pela coleta e análise de sangue.
• Além disso, o material armazenado de 286 doadores está sendo retestado para verificar possíveis erros.