sábado , 3 maio 2025
Notícias

EXCLUSIVO: (Rei do lixo) Segurança Pública de Caiado pagou R$ 1,2 milhão a empresa baiana investigada pela Polícia Federal na Operação Overclean

• Até tu, SSP?

O que deveria ser um bastião de combate ao crime virou cenário de um escândalo silencioso. Em 5 de agosto de 2020, a Secretaria da Segurança Pública de Goiás firmou contrato com a Larclean, empresa que hoje está no centro da Operação Overclean, da Polícia Federal. O objeto parecia inofensivo: dedetização, desratização e lavagem de reservatórios. Mas o valor chamava atenção: R$ 701.767,11, pagos com recursos do Tesouro estadual. A assinatura foi do então secretário Rodney Rocha Miranda.

• Mais dinheiro

Em 2021, o contrato foi prorrogado por mais 12 meses, com um aditivo de R$ 516.974,78, assinado pelo subsecretário Agnaldo Augusto da Cruz. Os dois valores somados dão: R$ 1.218.741,89.

A revelação, obtida com exclusividade por fontes internas na SSP e enviada ao Goiás24Horas, coloca a cúpula da Segurança Estadual no centro de uma teia de interesses que deveria, no mínimo, acionar todos os alarmes.

• Contrato na SEAD

Mas o elo com o governo Caiado não para aí. Em junho de 2020, a Larclean operou na Secretaria de Estado da Administração (SEAD), sob o comando de Bruno Magalhães D’Abadia.

A assinatura ficou por conta de Fábio Rezende Parente, apontado pela PF como o executor financeiro da organização criminosa liderada por seu irmão, Alex Rezende Parente.

• Conexões baianas

Os irmãos Parente são ligados a Marcos Moura, o “Rei do Lixo”, preso na Bahia, e todos orbitam politicamente em torno de ACM Neto, fiador da candidatura presidencial de Ronaldo Caiado — lançada justamente em território baiano. A Polícia Federal descreve o grupo como uma organização “complexa, estruturada e hierarquizada”, dedicada à corrupção ativa e passiva, fraudes em licitações e lavagem de dinheiro. Os contratos com o governo de Goiás mostram que o esquema criminoso teve aval oficial.

Na série real que se desenrola nos bastidores do Palácio das Esmeraldas, contratos para “espantar ratos” serviram para irrigar o esquema que a PF persegue Brasil afora. A mesma empresa usada para movimentar propina para o União Brasil na Bahia, operou em duas secretarias estratégicas do governo Caiado.

Artigos relacionados

Notícias

Justiça autoriza investigação contra deputado Cristiano Galindo (SD) por suspeita de crime com cargo público

• Indícios graves A Procuradoria-Geral de Justiça de Goiás deu parecer favorável...

Notícias

Ministro da Previdência “pede para sair” após escândalo do INSS

• Fraude bilionária Carlos Lupi (PDT) pediu demissão nesta sexta-feira (2) do...

Notícias

Goiás inseguro: homem furta supermercado e ameaça comerciante em Jataí

Insegurança • Um homem de 30 anos, natural da Venezuela, foi detido...