sábado , 3 maio 2025
Opinião

As digitais do crime: como o União Brasil montou um esquema para lançar Caiado à presidência

• Ratos e pragas do poder

Por trás dos contratos de dedetização, ratos de verdade se movimentavam nos porões do poder. A cada extrato, um fio puxado. A cada empresa, um personagem revelado. Foi assim que chegamos de Goiás a Salvador — e de “controle de pragas” à lavagem de dinheiro em escala nacional.

• Siga a pista

Em 2020, a Secretaria de Segurança Pública de Ronaldo Caiado contratou a Larclean por R$ 701 mil. Um ano depois, o valor subiu para R$ 1,2 milhão com um aditivo. A mesma empresa também foi contratada pela Secretaria de Administração (SEAD), chefiada por Bruno D’Abadia, outro homem de confiança de Caiado.

O nome que se repete nos contratos: Fábio Rezende Parente, apontado pela PF como operador financeiro de uma organização criminosa liderada por seu irmão, Alex Parente. Ambos ligados a Marcos Moura, o “Rei do Lixo”, preso na Bahia. Todos próximos de ACM Neto, padrinho da candidatura de Caiado.

• O mesmo padrinho, o mesmo projeto de poder

Segundo a PF, o grupo é “sofisticado, estruturado e hierarquizado”, com atuação em contratos fraudados, propina e lavagem de dinheiro. O que parecia apenas dedetização virou peça-chave de uma engrenagem criminosa. A conexão Goiás-Bahia serviu para pavimentar um projeto: lançar Caiado à presidência com o apoio do União Brasil.

E então veio o gesto final: o lançamento da candidatura de Caiado em Salvador. Não foi por acaso. Foi um sinal de que o compromisso com os investigados estava firmado. Um pacto silencioso com objetivo declarado: colocar as mãos no Tesouro Nacional.

Cristiano Silva
Editor

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